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20/03/2020 às 09:30, Atualizado em 19/03/2020 às 20:05

Lavar as mãos é mais essencial que álcool gel, diz especialista

Álcool gel não é substituto de água corrente e sabão, e sim um complemento da higienização

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Álcool gel é para situações que a água e sabão não estão acessíveis - AlexRaths/iStock

Com o avanço da disseminação do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, métodos de prevenção e cuidados estão sendo divulgados pelas instituições e organizações de todo país. Uma série de cuidados simples podem ajudar a controlar a situação. O desespero da população pelo álcool em gel está causando um desvio de atenção de práticas ainda mais essenciais que o uso deste produto: a lavagem correta das mãos, além de novos hábitos de cuidados.

A enfermeira especialista em gestão hospitalar e controle de infecção hospitalar, Delini Di Berardino Dittberner, que atua hoje como enfermeira na rede pública municipal, afirmou ao Correio do Estado que lavar as mãos é a medida mais eficiente. “Eu, pessoalmente, entendo o álcool gel como a cereja do bolo. O álcool gel é eficiente sim, mas o uso dele deveria ser quando não tem água e sabão, ou concomitante, após a lavagem das mãos”.

A profissional de saúde explica que, mesmo que não possamos enxergar a ‘sujeira’ nas mãos, ela pode estar contaminada com bactérias, germes e vírus. A água corrente junto ao sabão, consegue eliminar esse contágio. Contudo, existem situações que não conseguimos parar e ir lavar as mãos, como apertar a mão no meio da rua, segurar objetos, corrimão, maçaneta de porta. E é neste momento que o álcool em gel entra, pois ele ajuda a minimizar o impacto do contágio, até que seja possível lavar as mãos.

“Eu lavo as mãos, e uso álcool em gel depois. As campanhas dentro dos hospitais, por exemplo, para os profissionais de saúde, sempre é sobre lavar as mãos, e não sobre usar o álcool gel”. explica Delini. Além disso, ressalta-se a importância da limpeza das superfícies. É um momento em que todos os processos estão interligados, e precisam ser realizados da maneira correta. Caso contrário, a contaminação ocorre da mesma forma.

Delini conta a sua rotina e o que faz para se proteger. “Além de higienizar as mãos, quando possível abro e fecho portas com o cotovelo. Depois que lavo as mãos, ´pego um papel toalha para pegar na maçaneta da porta do banheiro, por exemplo, para sair. Se não fizer isso, não adianta nada, contaminou a mão de novo”. São cuidados simples, mas que na prática não são tão fáceis, são hábitos que a população não costuma ter", disse.

Por fim, a enfermeira reforça que a lavagem das mãos não é só abrir a torneira e esperar a água cair sobre as mãos. É preciso lavar a palma das mãos, o dorso, entre os dedos. Não esquecer de lavar o dedão e lembrar das laterais da mão, que as pessoas não dão muita atenção, e por fim, as pontas dos dedos.

Conteúdo - Correio do Estado

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