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31/01/2018 às 13:00, Atualizado em 30/01/2018 às 23:34

MS tem pressa para comprar 3,4 milhões m3/dia de gás natural boliviano

Produto abastecerá UFN3 e termelétrica de Ladário.

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Divulgação

Bem acima da expectativa já anunciada, Mato Grosso do Sul quer comprar 3,4 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, afirmou o governador Reinaldo Azambuja em reunião com representantes da Bolívia e outras autoridades dos dois países nesta terça-feira (30), no Novotel, em Campo Grande. O produto irá abastecer a termelétrica de Ladário e a UFN3 (Unidade de Fertilizantes e Nitrogenados) da Petrobras em processo de venda.

Diversos encontros aconteceram entre o Governo do Estado e da Bolívia para discutir o assunto. Em um deles, realizado no dia 5 de dezembro do ano passado, Azambuja disse que esperava aumentar a importação dos atuais 600 mil metros cúbicos diários para 2 milhões. “Temos pressa”, disse o governador durante a reunião técnica e comercial promovida pela MSGás.

De todo o volume que será obtido, 1,2 milhão m3/dia será destinado para a termelétrica de Ladário-Corumbá há anos no papel. Outros 2,2 milhões m3/dia serão utilizados pela UFN3, situada em Três Lagoas. A fábrica está com as obras paralisadas desde 2014, com mais de 80% do cronograma entregue. Em abril a Petrobras deve anunciar a empresa vencedora do edital de venda dos ativos da planta, quando a finalização da construção deve ser retomada. Há 6 empresas estrangeiras interessadas, sendo investidores chineses e russos.

Negociações adiantadas

Segundo o governador, as diversas reuniões já realizadas desde o ano passado entre as equipes boliviana e sul-mato-grossense deixaram as negociações em patamares avançados. Encontros em Brasília em em Santa Cruz de La Sierra inclusive contaram com a presença dos presidentes Michel Temer e Evo Morales, ministros e governadores de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além de Rondônia, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

As reuniões ampliadas com a participação de órgãos técnicos e setores da iniciativa privada, segundo o governador Reinaldo Azambuja, praticamente sacramentaram os acordos bilaterais. “Nós temos interesse no gás e na ureia, um insumo vital para a agricultura e a pecuária de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, lembrando que a matéria-prima para fertilizantes também é interesse do Estado.

Arrecadação do ICMS

Como o Brasil não tem interesse em continuar a importação do gás boliviano e irá finalizar o contrato do Gasbol em 2019, Azambuja empreende cruzada para estabelecer um novo acordo com o país vizinho. Assim, o Governo do Estado está empenhado em providenciar demandas para o combustível que gera arrecadação de ICMS.

A perda no recolhimento do imposto com a diminuição da demanda foi de R$ 400 milhões, de acordo com o governador. “O gás natural é vital para a economia”, disse ele e mencionou que a termelétrica que está sendo construída em Ladário já poderia ter participado do Leilão de Energia Nova, realizado em dezembro, caso obtivesse a garantia do suprimento de gás.

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