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28/10/2018 às 08:34, Atualizado em 27/10/2018 às 15:22

Desafio do novo governador será buscar apoio da Assembleia

Deputados defendem o diálogo para assegurar a governabilidade no momento de tensão.

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Pedro Kemp (PT) foi reeleito deputado estadual em Mato Grosso do Sul - Victor Chileno / ALMS

O desafio do futuro governador de Mato Grosso do Sul, a ser eleito neste domingo, é de buscar o bom relacionamento com Assembleia Legislativa para garantir a governabilidade. O diálogo com os deputados será fundamental nesse momento de tensão política e de transição no País. Esta é avaliação de parlamentares sobre a importância da segurança política para o novo governador conduzir os destinos do Estado sem grandes problemas.

Tanto Reinaldo Azambuja (PSDB) quanto o juiz Odilon de Oliveira (PDT) não terão dificuldades de construir base de apoio no Legislativo, se deixar de lado as diferenças políticas e os resquícios de campanha eleitoral para procurar o entendimento com as lideranças políticas.

A maior preocupação, no entanto, é com o juiz Odilon. Ele já avisou que não fará concessões para conseguir apoio e nem se relacionará com investigados. Mas cedeu quando foi buscar aliança com MDB numa negociação feita pelo filho, vereador Odilon Junior (PDT), na prisão com o ex-governador André Puccinelli.

A mesma preocupação não existe com Azambuja, por ser veterano na política, sabe muito bem como funciona o relacionamento do Executivo com Legislativo. Ele governou os últimos quatro anos sem problemas com os deputados estaduais. Aprovou todos os projetos de relevância para o Executivo e, inclusive, a polêmica reforma da Previdência.

“Ninguém governa sozinho”, alertou o deputado Herculano Borges (SD). Para garantir a governabilidade, o deputado aconselhou o futuro governador a manter bom relacionamento com os Poderes e a sociedade. “Diálogo nesse momento é importante”, ressaltou o parlamentar, sobretudo, no período de recuperação econômica.

Herculano observou a sólida base política de Azambuja para aprovação de projetos. Mas independentemente do eleito, afirmou deputado, “a Assembleia Legislativa tem de assumir posição de responsabilidade e não ser oposição cega”.

O deputado George Takimoto (MDB), que estará fora da Câmara dos Deputados por ter concorrido e não eleito para deputado federal, espera do futuro governo o diálogo para não prejudicar o desenvolvimento do Estado. “Não pode haver governo com truculência”, afirmou. Para ele, não deve existir a posição do “eu governo e pronto!”.

Takimoto espera, com isso, de o novo governador não querer impor sua posição sem passar pela chancela do Legislativo. “O relacionamento com Assembleia Legislativa deverá passar pela cordialidade e as conversações deverão ser diárias para serem observados os projetos do Executivo e da sociedade, que é representada pelos deputados”, enfatizou.

Para o deputado Pedro Kemp (PT), “os desafios serão enormes, pois estamos numa crise e o governador queimou toda gordura do Estado, que tinha disponível, como o fundo de Previdência dos Servidores que não tem mais”. O futuro governador, assinalou Kemp, tem de “respeitar a independência do Legislativo” e ressaltou que “oposição responsável ajuda, mas tem que atender as necessidades da população”.

Outro deputado petista, Amarildo Cruz, aconselhou o futuro governador a buscar “boa relação com a União e com Assembleia Legislativa”. Na sua avaliação, o governador “tem de construir uma relação forte com a União, porque ela que ajuda os Estados”.

“O relacionamento com o Legislativo é fundamental e nos anos que atuei aqui, nunca vi grandes problemas com a Casa”, afirmou Amarildo. “Sempre fui oposição, mas nunca vi sabotagem aqui e espero que continue assim”, concluiu.

Conteúdo - Correio do Estado

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