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04/02/2018 às 08:01, Atualizado em 03/02/2018 às 16:27

Cristiane Brasil é investigada em inquérito sobre associação para o tráfico de drogas

Denúncia afirma que assessores da deputada pagaram para ter 'direito exclusivo' de fazer campanha em bairro do Rio.

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Foto: Lúcio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados

A deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) está sendo investigada em um inquérito sobre tráfico e associação para o tráfico de drogas. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de São Paulo e confirmada pela TV Globo.

A assessoria de Cristiane Brasil disse que o inquérito foi aberto baseado em uma denúncia anônima durante a campanha de 2010. Ela afirma ainda que não foi ouvida no inquérito e nega veementemente que teve contato com qualquer criminoso.

A investigação foi aberta pela Polícia Civil do Rio de Janeiro em 2010 a partir de denúncias de que assessores de Cristiane Brasil pagaram a traficantes para ter "direito exclusivo" de fazer campanha em Cavalcanti, bairro da Zona Norte da cidade.

Além disso, segundo os denunciantes, presidentes de associações de bairro foram levados para conversar com o chefe do tráfico na região por estarem se recusando a trabalhar para a deputada.

À época dos fatos, Cristiane era vereadora licenciada e ocupava uma secretaria da Prefeitura do Rio. Na eleição de 2010, ela não se candidatou, mas apoiou a candidatura do deputado estadual Marcus Vinicius (PTB), ex-cunhado da parlamentar.

O caso foi enviado na quinta-feira (1) para a Procuradoria da República no Rio e deve ser encaminhado nesta segunda-feira (4) para a Procuradoria Geral da República (PGR), já que a deputada tem foro privilegiado.

Ao serem questionados sobre as investigações, a assessoria do deputado estadual Marcus Vinicius (PTB) disse que ele já prestou esclarecimentos sobre uma "denúncia anônima e alegou motivações políticas de algum adversário com a atuação do parlamentar nessa região". As informações foram veiculadas pela rádio CBN.

Ministério do Trabalho

Cristiane Brasil foi nomeada ministra do Trabalho pelo presidente Michel Temer em 4 de janeiro. Quatro dias depois, contudo, a Justiça Federal do Rio de Janeiro suspendeu a posse, atendendo a um pedido segundo o qual a deputada feriu o princípio da moralidade por já ter sido condenada por dívidas trabalhistas.

Após perder vários recursos, a Advocacia Geral da União (AGU) recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que liberou a posse.

Mas, dois dias depois, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, suspendeu novamente a posse, de maneira liminar, até tomar uma decisão definitiva sobre o assunto. Não há data marcada para o julgamento do caso.

Veja a íntegra da nota

"Cristiane Brasil esclarece que o inquérito foi aberto baseado em uma denúncia anônima durante a campanha de 2010, ano em que sequer foi candidata. A deputada afirma que não foi ouvida no inquérito e nega veementemente que teve contato com qualquer criminoso. Cristiane Brasil afirma ainda estranhar o encaminhamento do processo 8 anos depois ao Ministério Público Federal , justo agora que foi nomeada para assumir o Ministério do Trabalho."

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