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10/04/2018 às 16:30, Atualizado em 10/04/2018 às 17:33

Azambuja volta a dizer que greve é 'política' e sindicatos rebatem

Sindicatos rebatem afirmando que luta é por valorização da categoria.

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Trabalhadores pedem incorporação de abono já em 2018 (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) voltou a afirmar que a greve de servidores administrativos da educação em Mato Grosso do Sul, que teve início nesta terça-feira (10), é "estritamente política" e que não haveria motivo para a paralisação. De acordo com o governador, a incorporação do abono de R$ 200,00 e a aprovação da lei já atenderia a reivindicação da categoria.

"O governo negociou com o sindicato que detém a Carta sindical, que é o Sinfae (Sindicato dos Funcionários Administrativos da Educação em Mato Grosso do Sul)", disse o governador, ironizando a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), que reivindica a representação sindical.

"Mas, respeitamos o direito de paralisar. O que não achamos certo é atrapalhar os nossos alunos. Temos que coibir a politicagem de alguns sindicatos que, através da política, prejudicam os estudantes", disse Azambuja, que também afirmou que deverá acionar a justiça para considerar a greve ilegal..

Membro da diretoria da Fetems e presidente do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) de Campo Grande, Wilds Ovandro, rebateu a afirmação do governador. "A greve é política, sim! Mas é política pela valorização dos servidores administrativos, pela melhoria das escolas, contra a precarização da nossa categoria, que tem o salário-base menor que um salário mínimo. É essa política que estamos fazendo, e não uma política partidária", afirmou o sindicalista.

Impasse entre Fetems e Sinfae

Durante o ato, membros de sindicatos associados à Fetems destacaram repúdio ao Sinfae, sindicato que é considerado 'pelego' pelos manifestantes. "Estamos falando de uma entidade que reza a cartilha do governo, que só tem no máximo 900 filiados enquanto a Fetems tem mais de 4 mil, isso só administrativos", destacou o presidente da Fetems, Jaime Teixeira.

O imbróglio ocorreu porque o governo do Estado considera o Sinfae como a entidade representativa e com ela fechou, na segunda-feira (9), acordo pela incorporação do abono de R$ 200,00 para a partir de março de 2019, além do reajuste de 3,4%. Um auxílio alimentação de R$ 100,00, válido a partir deste mês, também será adicionado na forma de benefício aos servidores ativos.

A Fetems, por outro lado, pede que pelo menos R$ 100,00 referentes ao abono sejam incorporados ainda em 2018. "E tem outra coisa, nos preocupa o benefício do auxílio alimentação, porque ele não contempla os aposentados", destaca Teixeira.

Ato público

Nesta manhã, cerca de 300 trabalhadores administrativos participaram de ato que interditou uma das vias da Avenida Poeta Manoel de Barros, no Parque dos Poderes, em frente à SED (Secretaria Estadual de Educação). O comando de greve protocolou uma carta de reivindicações, encaminhada ao governador e à titular da SED, Maria Cecília Amendola Motta.

Segundo a Fetems, cerca de 70% dos trabalhadores administrativos aderiram à greve nas 383 escolas estaduais, cuja previsão de duração é até o dia 30 deste mês. Porém, a expectativa é que ao longo da semana, à medida em que as escolas padeçam sem limpeza, preparo de alimentação e atividades administrativas, professores da Rede Estadual também paralisem pela falta de condições de seguir com as aulas.

Fonte Midiamax

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