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02/11/2019 às 07:30, Atualizado em 01/11/2019 às 14:16

Rapaz se prostitui para pagar pensão alimentícia e é preso ao reclamar à polícia de calote

Jovem não recebeu o pagamento e foi preso por não pagar a pensão ao filho de seis anos.

Um rapaz de 26 anos, que diz ter passado a se prostituir para pagar a pensão alimentícia, foi preso na quinta-feira (31) após ir até uma delegacia no Leblon, Rio de Janeiro, reclamar que não havia recebido o pagamento por um programa, com duração de 48 horas, para um casal gay na cobertura de um apartamento na região.

De acordo com informações da Isto É, o jovem tinha um mandado de prisão em aberto desde fevereiro deste ano por não pagar a pensão ao filho de seis anos, o valor já totaliza R$ 12 mil. Ele é paulistano e afirmou que foi para o Rio de Janeiro “uma temporada lucrativa”.

“Sou casado, minha esposa sabe o que eu faço. Por conta da crise financeira passei a me prostituir. Pago minha faculdade, meu apartamento e tento ajudar o meu filho. Eu paguei parte da pensão para a mãe dele, mas a justiça ainda não deu a baixa no mandado”, disse ao O DIA, na delegacia. Segundo Felipe, nome utilizado para se identificar nos programas, ele chega a arrecadar com a atividade entre R$ 10 mil e R$ 15 mil por mês. Ele relata que caiu em uma armadilha, ao ser contratado por um brasileiro, casado com um suíço.

“Ele me propôs uma fantasia sexual com o marido: não contou ao suíço, milionário, que eu sou garoto de programa. Na sauna, então, nos encontramos e fomos para a cobertura. Eles consumiram drogas e eu fiz o serviço, transando com o suíço até 4 horas da manhã”, afirmou.

O primeiro encontro ocorreu no início da tarde do dia 29. “De madrugada, eu estava sugado, sem comer nada, ele só me deu R$ 50 para o táxi e disse que acertaria o pagamento depois. Aí, três horas depois que saí do apartamento, o brasileiro me ligou e disse: quero transar só com você, em um motel”, contou na delegacia, bocejando e comendo um lanche que havia pedido. O jovem se deslocou até o motel, onde diz ter permanecido com o brasileiro e trabalhado por algumas horas. Já era noite quando pediu para receber o pagamento, mas o cliente disse que só poderia pagar no dia seguinte.

“O programa inicial que a gente tinha combinado era de R$ 350. Já estava em R$ 5 mil e ele disse que não iria pagar. Começou a escrever no Whatsapp que eu estava ameaçando, que eu tinha invadido o apartamento dele, e que iria chamar a polícia. Disse: vamos na polícia”, afirmou. Chegando na 14ª Delegacia de Polícia, no Leblon, os dois, brigaram no balcão e contaram suas versões. A polícia, mandou chamar o marido, que nada sabia.

“Ele (o suíço) propôs ao Felipe pagar metade do programa que o marido estava devendo. O Felipe aceitou. Assim, não fizemos o registro de ocorrência por estelionato. No entanto, o Felipe estava com esse mandado de prisão em aberto e foi preso”, contou um agente. Ele ficou detido em uma cela da delegacia e antes de ser encaminhado para o local, conseguiu fazer uma ligação para a esposa contando o que tinha ocorrido. “Neguinha, vou ter que ficar aqui até tudo se resolver”, disse, ao telefone.

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