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13/12/2018 às 16:01, Atualizado em 14/12/2018 às 13:20

Militar é preso após torturar pai de motorista que vendeu seu carro

Vítima usou o veículo para pagar dívida com agiota.

Cabo da aeronáutica, de 25 anos, foi preso na tarde de quarta-feira (12) depois de sequestrar e agredir um homem, de 47, na tentativa de recuperar um Fiat Palio alugado para atuar na Capital.

Segundo a polícia, o militar usou um grupo de amigos para sequestrar o pai da vítima e torturá-lo para recuperar o carro, usado como pagamento na dívida com um agiota.

A polícia informou que por volta das 14h30 o motorista de aplicativo recebeu uma ligação informando que seu pai havia sido sequestrado. Na ligação, o autor exigiu o pagamento de R$ 6,5 mil para que a dívida com o agiota fosse quitada e o carro devolvido.

Em seguida, ele recebeu um vídeo em que o pai aparecia bastante machucado, sangrando e com um ferimento no pescoço. Para intimidar, o suspeito afirmou que a vítima tinha levado um tiro de raspão.

O motorista foi ameaçado diversas vezes e informado de que o pai seria posto em liberdade em rua do bairro Nova Lima, região norte da Capital, após o pagamento do valor.

As imagens enviadas foram entregues à equipe do Grupo de Operações e Investigações (GOI) da Polícia Civil, acionado após o anúncio do sequestro e que conseguiu reconhecer o carro onde o vídeo foi produzido, um Volkswagen com banco de couro.

Após o início das buscas para tentar solucionar o caso, o filho da vítima recebeu uma nova ligação, desta vez do pai dizendo que havia sido abandonado nas cercanias da Antiga Rodoviária, na região central.

Resgatado, o homem contou que foi abordado por dois suspeitos em um posto de gasolina na Avenida Afonso Pena, também no Centro, e que, dentro do carro, foi estrangulado com um cinto de segurança, teve uma garrafa quebrada na cabeça e outras agressões.

Depois de identificar o suspeito do crime, os policiais foram até a casa do cabo da aeronáutica, no Jardim Centenário, região sul da Capital, e o abordaram no momento em que ele chegava no local acompanhado de quatro pessoas.

No carro estacionado na garagem da residência, policiais localizaram manchas de sangue e, diante da evidência, o agente confessou que havia sequestrado a vítima para tentar recuperar o carro entregue ao agiota, no entanto, se negou a apontar quem seriam os comparsas que o ajudaram.

As roupas usadas pelo cabo durante o sequestro também foram encontradas no carro. Ele confessou que com elas, limpou o sangue da vítima. O suspeito foi preso e encaminhado para a sede da Polícia da Aeronáutica.

Informações apuradas pela polícia dão conta de que o veículo do cabo foi vendido pelo agiota no Paraguai. O caso foi registrado na delegacia de plantão do Centro.

Por meio de nota, a Força Aerea Brasileira informou que abrirá um processo administrativo contra o cabo.

Segundo o texto, o cabo está sob custódia da Ala 5 da FAB, onde é lotado, à disposição da Justiça Militar.

Se for comprovado o envolvimento no crime, o militar pode receber punições que incluem a expulsão.

Ainda segundo nota, o Comando da Aeronáutica está colaborando com as autoridades policiais nas investigações.

Conteúdo - Correio do Estado

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