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28/12/2018 às 14:41, Atualizado em 28/12/2018 às 12:42

Garota de programa faz rifas e mobiliza clientes para ajudar animais abandonados

O vencedor da rifa pode ganhar um programa com a jovem e de quebra ainda ajudar animais abandonados ou vítimas de maus-tratos.

Uma garota de programa de São Paulo que auxilia cães e gatos abandonados ou vítimas de maus-tratos está conseguindo mobilizar muitos dos seus clientes a fazerem o mesmo.

O que antes começou apenas como uma promoção hoje virou uma organização de rifas muito procuradas. Enquanto o vencedor pode ganhar um programa de Patricia Dias, todo dinheiro levantado é usado, segundo ela, para ajudar a causa.

Patricia conta que seu amor pelos animais vem desde a infância, no interior paulista. “Sempre tive cães, mas não igual hoje em dia, dentro de casa. Como na maioria das famílias, eles ficavam no quintal. Mas sempre tive muitos cachorros, inclusive pitbulls. Uma vez descuidamos, deram cria, e cheguei a ter 18. Eu cuidava, mas não tinha tanta consciência da importância deste trabalho com os animais”, explica.

Esta importância de ajudar instituições que protegem os animais foi descoberta quando ela passou por um drama com um de seus bichinhos.

“Daqueles todos cachorros, fiquei com quatro, e uma pitbull minha ficou muito doente e precisou de transfusão de sangue. Busquei ajuda, coloquei nas minhas redes sociais. Mas para o cachorro ser doador, tinha que ter menos de seis anos, acima de 35 kg, e não é todo cachorro que tem todas essas características…”.

Uma ONG (Organização Não-Governamental) protetora dos animais se mobilizou com a história e ajudou Patricia ao encontrar um doador, mas não houve tempo de fazer a transfusão. “Fiquei mal com a morte dela, não trabalhei uns dias, e acabei me apegando ao trabalho deles e aos animais de lá. Comecei a ajudar e hoje sou uma voluntária. Organizo bazares, eventos, vou aos finais de semana… Com meu horário de trabalho mais flexível, também me propunha a levar algumas coisas que as pessoas podem doar, mas não têm tempo de levar”, relata.

Mobilizando os clientes

Patricia diz que aderiu à causa animal há quatro anos, mas foi em 2016 que lançou mão de iniciativas que fizeram seus clientes ajudarem. Primeiro com uma promoção.

“Percebi que muitos clientes se interessavam pelo assunto quando eu contava que iria levar ração aos cachorros, que iria fazer uma doação ou um resgate. Mostrava as fotos, e eles acabavam ajudando também. Fiz uma promoção nos programas que duram uma hora. Se levassem um quilo de ração, ganhavam mais 10 minutos. Se fossem três quilos, mais 15. A partir de 10 quilos, meia hora. Muita gente acabou fazendo”, destaca ela, que cobra de R$ 300 a R$ 2.500 por seus programas, de acordo com o tempo combinado.

O passo seguinte e que acabou gerando ainda mais resultado foi a rifa em que o vencedor ganha o programa de Patricia gratuito. “As maneiras das ONGs de levantar dinheiro é fazendo rifa, bingo, bazar… Comecei a fazer rifas, de uísque e depois de cesta de chocolate. Quando iria fazer de uísque de novo, achei que poderiam reclamar e pensei: ‘por que não?’. Agora o vencedor da rifa ganha um programa. São rifas fixas. Acabou uma, já coloco outra. Sempre tem gente querendo”, comemora.

Patricia garante fazer tudo da forma mais transparente possível, divulgando no seu Twitter com mais de 75 mil seguidores cada ação que faz com o dinheiro angariado. “Pago hotel, ração pra cachorros, ajudo em resgates e mostro as notas fiscais pra quem ajuda. Também auxilio na reforma de abrigos. Ajudo sempre uma ONG do interior [de SP] e outra da Zona Leste de São Paulo. Também ajudo protetores independentes. Mas sempre verifico se os locais são próprios, se eles têm as autorizações e se realmente precisam da ajuda”, afirma.

Com esta mobilização, que ela garante não ter data para acabar, Patricia espera convencer ainda mais pessoas a ajudarem os animais que precisam. “O que acontece muito nas ONGs é que a pessoa fala que vai doar uma vez por mês e para, ou dá um saco só de ração e para. Claro que toda ajuda é legal, mas o ideal seria doar sempre. O cachorro come todo dia”, conclui

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