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28/07/2025 às 08:30, Atualizado em 27/07/2025 às 21:15

Trump descarta adiamento e diz que tarifaço começa em 1º de agosto

Setor de aço e alumínio deve ser poupado de novo aumento nas tarifas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou hoje que não vai adiar o início do tarifaço aos parceiros comerciais a partir de 1º de agosto.

O que aconteceu

Trump está na Escócia para negociar com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, as tarifas dos EUA sobre o bloco. O presidente americano afirmou hoje que não deve adiar o início das tarifas prometidas aos parceiros comerciais de seu país. Isso inclui o Brasil. "O 1º de agosto é para todo mundo", afirmou.

Setor de aço e alumínio deve ser poupado de novo aumento nas tarifas. Afinal, essas matérias-primas já foram sobretaxadas por Trump no início de seu mandato. O presidente dos EUA declarou que seu governo arrecadou muito dinheiro com as novas tarifas ao aço e ao alumínio.

O início do tarifaço também foi confirmado mais cedo pelo secretário de Comércio do governo, Howard Lutnick. Declaração foi dada em entrevista à emissora americana Fox News e vídeo foi compartilhado pelo perfil oficial da Casa Branca.

Não haverá prorrogações nem mais períodos de carência. Em 1º de agosto, as tarifas serão fixadas. Entrarão em vigor. As alfândegas começarão a arrecadar o dinheiro, e pronto.Howard Lutnick, secretário de Comércio dos EUA.

Brasil tenta negociar tarifa de 50%, mas conversas não avançam. Tanto o governo quanto o próprio presidente Lula (PT) têm dito publicamente que estão "tentando dialogar" com Washington, só que não estão tendo respostas para as propostas.

Lula afirmou que Geraldo Alckmin liga todos os dias para conversar sobre a tarifa de 50%. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, no entanto, não tem retorno das ligações.

Governo já passa a "se preparar para o pior". As opções, discutidas com empresários pelo comitê de emergência nessas duas semanas, são voltadas a amenizar o impacto já considerando que as tarifas vão ser instituídas, pelo menos momentaneamente. Pelo menos 10 mil empresas brasileiras podem ser diretamente afetadas pelo tarifaço, segundo o Ministério da Fazenda.

A equipe econômica estuda um plano de contingência com uma linha de crédito para os setores mais afetados. Seja por meio da criação de um fundo privado ou por meio de financiadores públicos, as áreas que mostrarem que sua projeção de receita foi afetada pelas tarifas teriam o acesso ao crédito facilitado.

O governo também está bolando uma plano para contingenciamento de empregos. Só o setor de indústria citou um cálculo de 110 mil empregos perdidos caso o tarifaço dure. O plano, conforme informou o vice-presidente ao setor de agro, segundo a Folha de S.Paulo, é criar um programa emergencial para evitar demissões que deve ser semelhante ao adotado na pandemia de covid, em 2020.

Os setores vêm pedindo adiamento. Em reuniões com o governo, empresários e entidades afirmaram que o prazo é "inexequível", e a CNI (Confederação Nacional da Indústria) sugeriu adiar por pelo menos 90 dias para intensificar as negociações.

Essas demandas foram levadas aos norte-americanos. Alckmin, que além de vice-presidente é ministro do Comércio e da Indústria, conversou com Lutnick no dia 19. Ele não revelou o conteúdo da conversa à imprensa, mas o UOL apurou que foi citado, sim, um pedido de extensão do prazo ou, pelo menos, diminuição da taxa imposta, mas não houve retorno ainda.

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