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07/12/2025 às 09:38, Atualizado em 06/12/2025 às 22:41

Tarifa de energia deve subir em média 7% até o fim de 2025, projeta Aneel

Alta supera estimativa inicial e é impulsionada pelo crescimento dos gastos da CDE, responsável por políticas públicas do setor elétrico

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Divulgação

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou nesta sexta-feira (5) que a conta de luz deve encerrar 2025 com reajuste médio de aproximadamente 7%. O índice é superior ao previsto no início do ano e reflete o aumento significativo das despesas da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo destinado a financiar programas e subsídios do setor elétrico. Os dados constam no boletim InfoTarifa, apresentado em Brasília.

A estimativa atual substitui a projeção divulgada em março, que previa alta média de 3,4%. Desde então, os valores aprovados para o orçamento da CDE — que neste ano alcançaram R$ 49,2 bilhões — exerceram pressão sobre as tarifas aplicadas em distribuidoras de todas as regiões do país.

Segundo a Aneel, o avanço dos encargos setoriais, os custos de compra de energia e outras despesas não previstas no início do ano foram determinantes para a revisão do cenário. A CDE financia iniciativas como a tarifa social de baixa renda, a expansão do programa Luz para Todos, a geração elétrica em áreas isoladas, além de subsídios a fontes renováveis e compensações para consumidores que produzem a própria energia.

O fundo é abastecido com recursos pagos nas contas de energia por todos os consumidores, além de multas, aportes do Tesouro Nacional e outras receitas. Por esse motivo, qualquer aumento no orçamento do programa tem impacto direto no valor final das tarifas.

Gastos devem crescer ainda mais em 2026

Para o próximo ano, a Aneel projeta que o orçamento da CDE pode atingir R$ 52,7 bilhões. O aumento deve ser puxado principalmente pela expansão da micro e minigeração distribuída — sistemas de geração própria, como painéis solares — que ampliam o volume de compensações pagas pelo fundo.

A previsão ainda será submetida a consulta pública, mas já indica efeito importante no ciclo tarifário de 2026. A análise também considera o crescimento dos descontos direcionados a empreendimentos de fontes incentivadas, parte da política de diversificação da matriz elétrica brasileira.

O relatório aponta que diferenças entre a projeção inicial e a atual decorrem de despesas que não estavam completamente definidas até março, incluindo custos de operação do sistema elétrico e ajustes contratuais ao longo do ano.

Em comunicado, a Aneel disse que o InfoTarifa tem como objetivo tornar mais claros os fatores que afetam o preço da energia. A agência reforçou a importância do consumo consciente como forma de conter desperdícios e reduzir a pressão das tarifas no orçamento familiar.

Com informações do Dourados Agora

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