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18/09/2020 às 11:00, Atualizado em 17/09/2020 às 22:58

Mais de um terço dos domicílios de MS possui algum tipo de insegurança alimentar

O levantamento mostra que neste período, a proporção de domicílios em nível de insegurança alimentar leve foi de 25,8%

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Foto - Ilustração

Cerca de 37% dos domicílios de Mato Grosso do Sul estavam com algum grau de insegurança alimentar, entre 2017-2018, conforme pesquisa divulgada nesta quinta-feira (17), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Diante da estimativa de 899 mil domicílios no Estado, neste nível se enquadrariam cerca de 1,1 mi de pessoas.

Em contraponto, o levantamento aponta que no período, 63% dos domicílios estavam em situação de segurança alimentar.

Conforme descrito pelo Instituto, segurança alimentar é quando a família/domicílio tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. Insegurança alimentar leve é quando existe preocupação ou incerteza quanto ao acesso de alimentos no futuro. Insegurança alimentar moderada é quando existe redução quantitativa de alimentos entre adultos e/ou rupturas nos padrões de alimentação. Insegurança alimentar grave é quando existe redução quantitativa de alimentos também entre crianças, ou seja, ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores, incluindo as crianças.

O levantamento mostra que neste período, a proporção de domicílios em nível de insegurança alimentar leve foi de 25,8%, sendo que 6,7% dos domicílios particulares estavam em nível de insegurança alimentar moderada e 4,5% em insegurança alimentar grave.

Considerando o nível de insegurança alimentar grave como a forma mais severa de baixo acesso domiciliar aos alimentos, é possível afirmar, com base nos resultados da pesquisa de 2017-2018, cerca de 141 mil pessoas, em 41 mil domicílios, passaram por privação quantitativa de alimentos, que atingiram não apenas os membros adultos da família, mas também crianças e adolescentes.

O IBGE cita que é possível notar portanto, ruptura nos padrões de alimentação nesses domicílios e a fome esteve presente entre eles, pelo menos, em alguns momentos do período de referência de 3 meses.

No comparativo, com outros Estados, MS tem o 12º maior percentual de domicílios com algum grau de insegurança alimentar e o maior percentual da região Centro-Oeste.

No Brasil, 63,3% estavam em situação de segurança alimentar enquanto 36,7% domicílios particulares restantes estavam com algum grau de insegurança alimentar. Neste período, a proporção de domicílios em insegurança alimentar leve foi de 24,0%, sendo que 8,1% dos domicílios particulares estavam em insegurança alimentar moderada e 4,6% em insegurança alimentar grave.

A Unidade da Federação com maior percentual domicílios com algum grau de insegurança alimentar foi o Maranhão (66,2%) e o menor, Santa Catarina, com 13,1%.

O IBGE encaminha a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) tendo em vista mensurar as estruturas de consumo, dos gastos, dos rendimentos e parte da variação patrimonial das famílias brasileiras.

O órgão fez um comparativo com a POF de 2004 e constatou que em Mato Grosso do Sul, a prevalência de segurança alimentar no estado era de 73,9% dos domicílios, naquele ano. Mas a POF 2017-2018, que investiga esse fenômeno com a mesma metodologia, mostra que essa prevalência caiu para 63% dos domicílios.

A insegurança alimentar leve teve aumento em 2017-2018 (25,9%) frente a 2004 (12,9%). Já a insegurança alimentar caiu de 12,9%, em 2004, para 6,7% em 2017 e a insegurança alimentar grave caiu de 5% para 4,5%.

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