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21/05/2020 às 06:31, Atualizado em 20/05/2020 às 17:32

Estado e prefeituras receberão R$ 21 milhões da JBS para combater a Covid-19

Doação é a maior feita em MS; recursos virão por meio da entrega de bens e serviços.

A JBS, maior empregadora de Mato Grosso do Sul, com 15 mil trabalhadores em suas unidades, anunciou a doação de R$ 21 milhões para ações de combate ao coronavírus no Estado. Os recursos, conforme o presidente da Friboi (uma das subsidiárias do grupo), Renato Costa, já estão em caixa, e a destinação dos valores está sendo acertada com as autoridades do Estado e de vários municípios.

A liberação dos bens e serviços passa pelo comitê que a multinacional do setor de proteína animal criou para gerenciar as doações. Em todo o Brasil, serão destinados R$ 400 milhões para ações de combate e prevenção à Covid-19.

Dos R$ 21 milhões previstos para Mato Grosso do Sul, R$ 11 milhões serão destinados à compra de bens e serviços conforme orientação do governo do Estado, e outros R$ 10 milhões, atenderão a demanda das prefeituras. Não haverá transferência de recursos: o comitê consultivo da JBS irá orientar, e os integrantes do projeto “Fazer o Bem faz Bem”, coordenados pela presidente da Seara (outra subsidiária do grupo), Joanita Karoleski fará as compras.

“É uma forma que criamos para que as ações necessárias para este momento difícil e desafiador, ocorram da maneira mais rápida possível. A gente chega ao Estado, chamamos os integrantes do governo, e criamos formas de a ajuda acontecer rapidamente”, explicou Renato Costa. Basicamente, as demandas serão repassadas pelas autoridades estaduais e municipais, e a JBS entrega na forma de compras de equipamentos, ou de ajuda social, por exemplo, cestas básicas.

Uma das ações já acertadas pelo comitê é o apoio às comunidades indígenas de Dourados. A cidade tem uma das maiores unidades da JBS do Estado, que abate suínos e produz alimentos com a marca Seara. Na semana passada, uma funcionária desta unidade, foi a primeira indígena confirmada com Covid-19 do Estado.

Nesta segunda-feira (18), o presidente (e um dos donos da holding J&F) da JBS, Wesley Batista, e Joanita Karoleski estiveram reunidos com o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, e com os secretários de Saúde, Geraldo Resende, de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck. Na ocasião, eles começaram a discussão sobre a destinação dos R$ 11 milhões que a empresa, que opera 10 unidades em Mato Grosso do Sul, doou.

“Esse recurso pode ser aplicado para montar UTIs, ajudar na construção de um hospital, ampliar o atendimento básico, comprar ambulância, ou mesmo fornecer cestas básicas. São as autoridades locais, e o nosso comitê, que irão definir a melhor aplicação destes recursos”, demonstra Renato Costa.

Entre os integrantes do comitê consultivo que gerencia a aplicação dos recursos está o diretor-geral do Hospital Albert Einsten, Henrique Sutton de Souza Neves, o médico cardiologista Roberto Kalil Filho, diretor do centro de cardiologia do Hospital Sírio Libanês e também de cardiologia clínica do Incor, Celso Athayde, fundador da Central Única das Favelas, e outras pessoas ligadas à pesquisa, trabalhos sociais e atividade médica.

Renato Costa explicou que desde o início da pandemia, o grupo JBS adotou critérios rígidos de biossegurança em todas as suas unidades. No caso da funcionária da unidade de Dourados, ela cumpre isolamento domiciliar, e medidas preventivas na unidade foram reforçadas.

Entre os protocolos para todas as unidades da JBS estão o uso obrigatório de equipamentos de proteção individual (EPIs) por todos os funcionários, redução do volume de trabalhadores transportados nos ônibus da empresa. “Se antes levávamos 40 colaboradores nos ônibus, agora transportamos 20”, explica.

Sobre os EPIs, os funcionários usam duas máscaras, a que cobre boa parte do rosto, carinhosamente chamada de “máscara ninja” e ainda coberturas em acrílico. “É dupla proteção: o colaborador se protege e não contamina”. Também há aferição frequente da temperatura corporal, e trabalhos de desinfecção - de três a quatro vezes por dia, segundo Costa - em todas as áreas comuns.

Fonte - Correio do Estado

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