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01/07/2023 às 08:34, Atualizado em 30/06/2023 às 16:48

Criptomoedas: Justiça acata pedido de Scarpa para Willian ser réu em processo

Advogados do meia do Nottingham Forest argumentaram que havia relação comercial com a empresa do atacante, e o juiz deu razão. Defesa do atacante entra com recurso

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Gustavo Scarpa e Willian Bigode na época que atuaram juntos pelo Palmeiras — Foto: Cesar Greco/Palmeira

O juiz Daniel Fadel de Castro, da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, publicou na quinta-feira que acatou o pedido da defesa de Gustavo Scarpa para manter a empresa de Willian Bigode, além do atacante, sua esposa e sócia Loisy Coelho e a outra sócia Camila Moreira de Biasi Fava como réus no processo em que o meia tenta recuperar os mais de R$ 6 milhões investidos em criptomoedas que desapareceram.

O aporte foi feito na Xland por indicação do atacante que era seu companheiro no Palmeiras e hoje está no Athletico. Willian tem com Loisy e Camila a WLJC Consultoria e Gestão Empresarial. O advogado dele entrou com um recurso nesta sexta-feira.

A inclusão da WLJC, além de Willian, Loisy e Camila como polo passivo no processo faz com que eles estejam entre os responsáveis por arcar o valor que Scarpa perdeu após o investimento na Xland.

No início do mês, o mesmo juiz havia dado à defesa de Willian o prazo para responder a este pedido dos advogados de Scarpa e comunicou sua decisão na quinta.

– Ao que os elementos contidos nos autos indicam, através de seus sócios, a empresa requerida (WLJC) atuou como interlocutora entre o autor (Scarpa) e as demais prestadoras de serviço, restando incontroverso que era responsável pela captação de clientes para a requerida Xland e com esta mantém ou mantinha verdadeira parceria comercial – diz trecho do documento.

– Ressalto que há extensas trocas de mensagens via aplicativo WhatsApp entre o autor e a sócia Camila, bem como entre o autor e o sócio Willian, sequer contestadas pelos réus claramente intermediando as negociações de investimento, com o envio do contrato, orientação acerca dos valores para investimento e mesmo indicando a conta para os depósitos, a evidenciar captação – acrescenta o juiz.

Bruno Santana, advogado de Willian, entrou nesta sexta com Embargos de Declaração, por entender que há contradição e omissão na decisão do magistrado. Os argumentos são de que não há clareza se o único contrato firmado foi com a Xland ou demais réus, bem como, não ter o juízo estendido a decisão a todos os réus do processo.

O meia, hoje no Nottingham Forest, da Inglaterra, acrescentou em abril mais áudios ao processo para reforçar esta relação de intermediário no negócio, algo que o jogador do Athletico-PR contesta.

O advogado do armador do Nottingham Forest argumenta que as mensagens provam que Scarpa era cliente da WLJC, empresa de assessoria financeira de Willian Bigode e intermediária com a Xland, mas a defesa do atacante do Athletico contesta.

Além de Scarpa, Mayke foi outro que investiu em criptomoedas por indicação da empresa de Willian. Os dois registraram um Boletim de Ocorrência em novembro e, somados, perderam mais de R$ 10 milhões. Willian também diz ter sofrido um prejuízo de R$ 17,5 milhões.

O Fantástico, da TV Globo, revelou com exclusividade em março as mensagens trocadas entre os dois jogadores, antes amigos quando jogavam no Palmeiras. A relação ficou estremecida depois do caso.

Relembre o que aconteceu

Scarpa chegou à Xland por meio de Willian, e Carlos Henrique de Oliveira Pereira, advogado do meia, considera que o acréscimo dos novos áudios comprova a relação de cliente do atleta com a empresa de Bigode. Por isso, entende que ele e os sócios da WLJC devem continuar como réus no caso.

Scarpa ironiza Willian em conversa sobre golpe milionário

A defesa de Willian, representada pelo advogado Bruno Santana, já não concordava com a visão à época e dizia que não se caracteriza esta relação sob o argumento de que Scarpa não chegou a fazer pagamentos para a WLJC.

Os contratos dos atletas firmados com a Xland têm como garantias 20kg de alexandrita, uma das pedras preciosas mais caras atualmente. O malote está retido em uma caixa de segurança em São Paulo.

A empresa apresentou um laudo de que o mineral valia R$ 2,5 bilhões, mas gastou apenas R$ 6 mil para comprá-lo. O valor é considerado irreal por especialistas.

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