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09/08/2021 às 14:00, Atualizado em 09/08/2021 às 14:13

ARTIGO: “Liberte-se enquanto há tempo”

Por - Professora Rosalina Ramos Lopes

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Professora Rosalina Ramos Lopes, autora do Artigo

Definir o “tempo” não é tarefa fácil, pois a questão a ser discutida não é uma sucessão de anos, dias, meses, semanas e horas. O Objetivo é entender essa passagem contínua da existência em que os eventos passam na vida de cada um. Não tem “tempo”! Esse fator contemporâneo é uma reclamação contínua. Para a filosofia o tempo é considerado uma das propriedades gerais da exterioridade ao pensamento. Por isso, é bom analisar o porquê dessa falta de tempo. Será que não há ou não administra bem? Se souber empregar bem o seu tempo, não terá sensação que a vida é curta! O que de fato acontece é que se gasta com algo desimportante. Bom, ele ensina o valor da vida e ela ensina a fazer o uso dele, isso implica conhecer melhor a si e o uso do seu tempo. A discussão aqui é indagar o que fazer com o tempo, pois é um recurso não renovável e muitas vezes o desperdício é uma questão que precisa ser analisada.

Para entender um pouquinho vamos mencionar alguns trechos do filósofo Lúcio Sêneca ao escrever no primeiro capítulo do seu livro "Da Brevidade da Vida" o ser humano se queixa que o tempo passa rápido e os dias estão corridos. Entretanto, o tempo passa da mesma forma é imutável, o problema está na percepção e na loucura da vida moderna que dominam esse tempo. Nesse sentido, a sua narrativa mostra que a pessoa tenta viver quando se está para morrer, então é necessário repensar nas atitudes, viver o agora aproveitar a aurora oferecida diariamente. Para ele “Se não tomas a iniciativa, o dia foge e, mesmo que o tenhas ocupado, ele fugirá. Assim, é preciso combater a celeridade do tempo usando a velocidade, tal como de uma rápida corrente, que não fluirá para sempre, se deve beber depressa. […]”. Esse é um fator pouco notado na vida cotidiana e bem enfatizado no trecho “ganhar tempo é dedicar-se a coisas boas, construtivas”. Não importa se o tempo livre é pouco ou muito, o importante é saber utilizá-lo, selecioná-lo e aproveitá-lo com algo que irá edificar sua vida. Sêneca, em toda a obra, critica aqueles que se dizem ocupados, sem tempo, sempre correndo, ansiosos e estressados.

Entretanto, dizer que a vida está muito corrida e que o tempo “voa” é “comum” na atualidade, abraçar mais afazeres que prazeres são escolhas. Sendo assim, não é que não tenha tempo, o problema é desperdiçar o seu tempo com aquilo que não é válido. Entender que esse tempo pode ter dimensão mais profundo e as vezes perde-se com algo insignificante, fazendo o que agrada o outro e se auto sabotando e reclamando. Na verdade, o mais preocupante quanto ao tempo é exatamente tentar organizar os fatores externos e manter a desorganização interna, ou seja, não definir prioridades. Bom, a maturidade ensina selecionar algumas delas, enquanto há vida o momento permite que se liberte, poupe e salve o seu tempo arrancado ou removido suavemente, mas o pior é o que vai por descuido. Concluo com trecho de Sêneca “Não temos exatamente uma vida curta, mas desperdiçamos uma grande parte dela”. Relata também que “Assim é o caminho da vida, incessante e muito rápido, que, dormindo ou acordados, fazemos com um mesmo passo e que, aos ocupados, não é evidente, exceto quando chegam ao fim”.

LOPES, Rosalina Ramos-Formada em Letras pelas FINAN/FALENA, Pedagogia FINAN/ FENA e Psicopedagogia IESNA, Pós-Graduação em Deficiência Auditiva: Tradução e Interpretação em Libras IESF, subárea Análise do Discurso, pela UEMS.

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