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05/08/2017 às 09:30, Atualizado em 04/08/2017 às 22:08

Ampla Visão: PDT - a terceira via em 2018?

Por Manoel Afonso.

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Manoel Afonso

SANGROU O resultado favorável ao Governo na votação da Câmara Federal lembra a ‘Batalha de Asculum’ (279 A.C) – quando o exercito de Pirro – rei de Épiro ( Macedônia) derrotou os romanos. Mas foram tantos os sacrifícios e perdas humanas que o monarca vencedor desabafou: “Com mais uma vitória dessas estarei perdido”.

IMAGINE uma nova denúncia da Procuradoria Geral de Justiça contra o presidente Michel Temer. Mais uma tormenta política com reflexos na vida econômica de todos nós. O Governo teria que repetir toda a estratégia para garantir a vitória. Ora! O Brasil precisa de paz para voltar a crescer. Só isso.

OS NÚMEROS da economia – embora ainda tímidos – são animadores. A Reforma Trabalhista traz encorajamento aos investidores que geram empregos e renda. Se ficarmos à margem da modernidade vamos nos transformar numa nova Venezuela tão apoiada pelos petistas. É pegar ou largar.

PERGUNTO No fundo, a quem interessa a queda do atual presidente? Os petistas não foram às ruas; estão preocupados é com o destino político do ex-presidente Lula. Com Temer no poder, Lula divide com ele os holofotes da mídia e quanto pior o desempenho do presidente, melhor para o fortalecimento da candidatura do petista.

SEM SEXO Embora com 4 ministros no Governo Temer, o PSDB continua mostrando que é um partido rachado por conta dos interesses regionais de seus caciques. Enquanto os líderes nordestinos atuaram contra Temer, o pessoal ligado ao governador paulista Geraldo Alckmin votou pela rejeição da denúncia. E agora qual o futuro tucano?

DISSONÂNCIA Se os deputados do Nordeste, onde Lula lidera as pesquisas, salvaram o mandato de Temer, os parlamentares do Sul – onde o anti-petismo é muito forte – votaram pela aceitação da denúncia. Prova de que eles agem pelos interesses do jogo político do que em atendimento aos eleitores que os elegeram. Haverá o troco nas urnas em 2018 ou a memória será apagada?

ESQUISITO Embora de origem familiar e política conservadora, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) alinhou-se ao PT e PDT na votação contra o presidente Temer. Se isso irá repercutir em seu projeto eleitoral só o tempo dirá, mas já ouvi várias críticas neste sentido. É de se perguntar: o que seus eleitores acharam disso?

‘SUPER TCHÊ’ Ele não usa capa, não voa, mas teve seu dia de herói na votação da Câmara Federal. O deputado Carlos Marum (PMDB) aproveitou o espaço no partido e a fragilidade da oposição para reinar sob os holofotes da TV. Mas empolgado, queimou a língua ao fazer a defesa do ex-deputado Eduardo Cunha ( PMDB).

DESAFIO A eventual candidatura de Odilon de Oliveira ( hoje no cargo de Juiz Federal) ao Senado motiva as indagações: sem o cargo manterá a grande visibilidade que hoje tem na sociedade através da mídia? Seu legado na Justiça será suficiente para bater os concorrentes ao ambicionado cargo?

O AMBIENTE festivo da posse do vereador Odilon de Oliveira Jr no comando do PDT da capital não esconde algumas preocupações. Onde o PDT e partidos aliados buscarão ‘oxigênio’ que a campanha majoritária em todo Estado exige? Eventuais coligações com siglas da esquerda não encontrarão resistências neste eleitorado conservador de MS?

DETALHES O PDT conta com Ricardo Ayache (PSB) (presente ao evento) como candidato ao Senado e a filiação dp petista Antonio C Carlos Biffi. Quer mais, como ficou evidente na fala do deputado Dagoberto Nogueira (PDT): a candidatura do pai do vereador Odilon ao Governo do Estado. Uma tese complicada.

BOMBA! Vazou na internet parte de pesquisa recente (IPEMS) na capital onde há empate técnico entre o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o Juiz Federal Odilon de Oliveira para o Governo Estadual. A diferença em favor do primeiro é de apenas 2 pontos, mas a sua rejeição chega a 40 %. Números surpreendentes levando-se em conta que Puccinelli foi prefeito por dois mandatos em Campo Grande.

‘LEGADO’ Os peemedebistas – sem outro nome em destaque nas pesquisas para o Governo Estadual – adotaram a candidatura do ex-governador André Puccinelli. Falam de seu legado nas duas administrações que comandou. Mas essa situação é diferente daquele pleito que reelegeu Wilson Barbosa Martins. Não havia internet, pesquisas e nem denúncias de corrupção contra Wilson. E os tempos mudaram!

OJERIZA é o termo mais apropriado para se definir o sentimento atual da população brasileira em relação a classe política. Significa: asco, aversão, animosidade antipatia, birra, nojo, ódio, rancor, repugnância, repulsa, intolerância, hostilidade e má vontade. E lembro: os políticos são escolhidos por nós.

FOLCLORE Newton Cardoso (PMDB) ficou famoso por suas ‘tiradas’ como governador de Minas Gerais. Certa feita negou-se a usar helicóptero oficial alegando de que ‘aquele trem’ tinha o nome de seu adversário e ex-governador Helio (Garcia (PP). Caprichoso, sentenciou ao piloto: “daqui pra frente esse trem vai se chamar Newtoncóptero.

CASO UBER Pena! Se não bastasse a Assembleia Legislativa ( via deputado João Grandão-PT) em legislar a matéria de competência da União, agora a prefeitura da capital insistiu em erro parecido. Ora! Não há como se permitir a tentativa de se dar o mesmo tratamento do serviço de táxi ao Uber. O mundo mudou; vale a economia de competição e mercado contra o monopólio de táxi.

A CÂMARA Municipal de Campo Grande está fazendo bem a sua parte quando instalou uma CPI para questionar o monopólio na distribuição de alvarás de táxi. Um questionamento inédito em toda história do legislativo municipal e que deve servir de inspiração a outras grandes cidades do país. Há muita sujeira debaixo deste tapete.

A PROPÓSITO O usuário não quer mais ficar refém do velho serviço de táxi. Reclama-se do odor terrível de cigarro no interior dos veículos; da falta de conforto ( ser ar condicionado e do estado ruim de conservação dos mesmos, além dos preços caros cobrados pelas corridas. Esse é o cenário sem retoques.

LÍDIO LOPES O deputado estadual (PEN) disse-me que vê com naturalidade o ingresso do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em seu partido pela defesa que faz da família e dos princípios cristãos. Lídio está inconformado com o ‘Golpe do Distritão’ para garantir a reeleição dos coronéis regionais das grandes siglas como PMDB, PSDB e PT.

‘DISTRITÃO’ Extingue o quociente eleitoral. As votações de deputados e vereadores passariam para o sistema majoritário, sendo eleitos os mais votados nos municípios e estados. Ao contrário do sistema proporcional, a ‘sobra’ dos votos individuais não migram para outro candidato. São desperdiçados.

CRÍTICAS Para o deputado Lídio o ‘Distritão’ enfraquece os partidos pequenos que ajudam o sistema democrático funcionar. Os candidatos terão que ter muitos votos para se eleger, tornando as campanhas mais caras. Os candidatos de um mesmo partido acabarão disputando votos uns contra os outros. Guerra total.

‘OUTRO LADO’ O argumento dos defensores do ‘Distritão’ é que ele acabaria com o fenômeno conhecido como ‘efeito Tiririca’, onde candidatos com poucos votos são beneficiados - e outros prejudicados por não obter o chamado quociente eleitoral – caso de Luciana Genro (PSOL-RS) em 2010 que apesar dos 130 mil votos não se reelegeu.

“A vitória de Temer foi a vitória da mala”. ( Bernardo Mello Franco).

Autor: Manoel Afonso

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