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30/01/2018 às 15:04, Atualizado em 30/01/2018 às 09:26

Agentes penitenciários treinam intervenção e retomada de presídios em situação de crise

Agentes penitenciários treinam intervenção e retomada de presídios em situação de crise.

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Assessoria Governo MS

Servidores penitenciários de Mato Grosso do Sul participaram neste final de semana de um treinamento intensivo de aperfeiçoamento para intervenção rápida em presídios rebelados e demais situações de crise. Os trabalhos integraram o curso de Intervenção Tática Prisional e Sobrevivência Administrativa, iniciado na última quinta-feira (25.1), em Campo Grande, e que contou com a participação de cerca de 80 agentes, incluindo profissionais de outros estados e do Paraguai.

Nos últimos dois dias, a capacitação envolveu técnicas de intervenção prisional e foi realizada nas dependências do presídio masculino da Gameleira, que está em fase final de construção. A proposta foi aplicar na prática a experiência de combates vivenciados dentro das unidades penais, no sentido de demonstrar como agir de maneira rápida e segura.

Os participantes fizeram repetidas atividades em conjunto, com escudos e armas simulacros, abrangendo desde abordagem, parede humana a entrada e recuo, entre outras técnicas. “Buscamos apresentar a experiência que temos dentro de presídios de várias partes do Brasil”, explicou o instrutor de armamento e tiro Robson José Pereira Ribeiro, que é agente penitenciário há 18 anos em São Paulo.

Um dos focos do treinamento foi a utilização de técnicas visando a menor repressão possível, observando os aspectos da legalidade. “A gente também tenta passar um pouco da doutrina da arte marcial, para que eles tenham equilíbrio e sejam mais tolerantes, para que possam ter mais recursos para lidar com distúrbios que possam ocorrer dentro do sistema”, complementou o instrutor Marco Antônio Dib, que é bicampeão mundial de jiu-jítsu e agente penitenciário há 25 anos em São Paulo, dos quais 14 como integrante do Grupo de Intervenção Rápida (GIR).

Para a agente penitenciária Susimari Malheiros, que atua em Corumbá, o curso foi uma oportunidade de buscar conhecimento para desenvolver um melhor trabalho. “Aprendemos outras técnicas utilizadas em escolas penitenciárias de outros estados do país, então é interessante esse intercâmbio de conhecimento”, afirmou a servidora, que também participou do curso de intervenção e tiro ministrado na Capital pela Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE) do Distrito Federal, em 2016.

Com carga horária de 39 horas, o curso de Intervenção Tática Prisional e Sobrevivência Administrativa foi ministrado pela empresa paulista Team Six Brazil, especialista na área de segurança. Custeada e articulada pelos próprios alunos, a ação contou com todo o apoio logístico da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio de sua Escola Penitenciária (Espen). Também teve a contribuição do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária (Sinsap) e da Polícia Militar Ambiental (PMA), que disponibilizaram alojamentos para alguns agentes que residem fora da cidade, e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS), que ofereceu sala para aulas teóricas.

Segundo o diretor-presidente da Agepen, Aud Chaves, a busca cada vez maior dos agentes penitenciários por qualificação demonstra o empenho e comprometimento com a profissão. “Estamos buscando parcerias e recursos para que novas qualificações sejam realizadas, atingindo um maior número possível de agentes”, afirmou, destacando que, no ano passado, cerca de 800 servidores da instituição foram qualificados em cursos oferecidos por meio da Escola Penitenciária.

De acordo com os agentes João Bosco Correia e Richard Dias, que participaram da organização junto à agência penitenciária para que o curso fosse realizado aqui no Estado, a proposta era de que mais companheiros de profissão pudessem ter acesso à qualificação. Conforme eles, muitos colegas de trabalho haviam manifestado interesse em participar, e a realização em Mato Grosso do Sul focou mais acessível para todos.

O treinamento também envolveu procedimentos de imobilização e diferentes aplicações de algemas, visando garantir a preservação da integridade física tanto do preso quanto do profissional. Os alunos receberam, ainda, informações sobre questões burocráticas de procedimentos administrativos que eles têm que tomar, para cumprir a missão e darem o respaldo necessário para a instituição.

A parceria entre a Agepen e a Team Six Brazil foi oficializada no Diário Oficial do Estado, com publicação de termo de cooperação educacional na edição desta segunda-feira (29.1), e data a contar do dia 25. Conforme o texto, é permitida a realização de Cursos e Treinamentos oferecidos pela empresa a servidores penitenciários, sem ônus à instituição.

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