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12/10/2020 às 10:30, Atualizado em 11/10/2020 às 21:48

MPRJ pede que multa seja aplicada ao Google por não colaborar com investigações do caso Marielle

O Google, no entanto, argumenta que a medida fere o direito à privacidade dos usuários e que pode transformar um serviço de pesquisa na internet em ferramenta para vigilância indiscriminada dos cidadãos.

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Foto - Rena Olaz (arquivo)

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu a aplicação de uma multa diária ao Google após a empresa descumprir a determinação judicial de quebra de sigilo de dados telemáticos em relação ao caso Marielle Franco.

No dia 26 de agosto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a decisão que obriga Google a entregar dados para investigação. Esse material, dizem os investigadores, é essencial para se chegar aos mandantes do crime.

O Google, no entanto, argumenta que a medida fere o direito à privacidade dos usuários e que pode transformar um serviço de pesquisa na internet em ferramenta para vigilância indiscriminada dos cidadãos.

O ofício foi entregue à 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

De acordo com a solicitação, o MPRJ pede aplicação de multa diária de R$ 100 mil até o limite de R$ 5 milhões, contada desde o dia 27 de agosto de 2018, data da primeira ordem judicial deferida em desfavor da empresa. A execução da multa deve ser realizada, segundo o Ministério Público, mediante penhora online das contas bancárias da sociedade empresária Google Brasil Internet Ltda.

Desde a primeira determinação judicial, o Google já recorreu da decisão por três vezes e teve o pedido negado em todas elas.

Para pedir a aplicação de multa, o MPRJ argumenta que “os criminosos têm especializado o requinte de sua atuação” com o objetivo de “ocultar os rastros de suas atividades criminosas”.

Relembre o caso

A vereadora do PSOL Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, foram mortos no Estácio, bairro na Região Central do Rio, no dia 14 de março de 2018.

Dois dias antes de o crime completar um ano, foram presos o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, apontados como suspeitos do atentado. Eles estão presos em um presídio em Rondônia.

Na semana em que crime completou dois anos, a Justiça do Rio determinou que eles irão a júri popular, mas a data ainda não foi marcada.

O caso é tratado como sigiloso pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A Polícia Federal havia se oferecido para assumir as investigações, mas o estado declinou.

A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu ao STJ para que o caso deixe de ser apurado por autoridades estaduais do RJ, mas o tribunal rejeitou o pedido por unanimidade.

Fonte - G 1

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