Publicado em 13/10/2025 às 12:00, Atualizado em 13/10/2025 às 13:41
De acordo com dados da Intel, cerca de 62 milhões de computadores na América Latina não atendem aos requisitos mínimos exigidos pelo novo sistema.
A partir de terça-feira (14), a Microsoft encerra oficialmente o suporte ao Windows 10, o sistema operacional mais usado da empresa. A medida marca o fim das atualizações de segurança e desempenho, deixando milhões de computadores expostos a ataques cibernéticos. A decisão atinge tanto usuários domésticos quanto empresas, que agora terão de migrar para o Windows 11 ou buscar alternativas seguras.
De acordo com dados da Intel, cerca de 62 milhões de computadores na América Latina não atendem aos requisitos mínimos exigidos pelo novo sistema. No Brasil, 13 milhões de máquinas corporativas ainda operam com o Windows 10.
“Sem atualizações, há risco de vazamento de dados e prejuízo à reputação das empresas”, alerta Georgia Rivellino, diretora da Simpress, que estima um aumento de 30% na demanda por novos equipamentos em 2025.
Com o fim do suporte, o sistema deixa de receber correções de vulnerabilidades, ampliando a exposição a hackers e malwares. O especialista Alexandre Bonatti, vice-presidente da Fortinet Brasil, destaca que manter o sistema desatualizado pode causar perdas financeiras e interrupções nos negócios. Como solução temporária, empresas podem adotar o virtual patching, tecnologia que cria uma camada extra de proteção sem depender das atualizações oficiais da Microsoft.
Um levantamento da Lansweeper mostra que 43% dos computadores corporativos do mundo não cumprem os requisitos do Windows 11, como o chip de segurança TPM 2.0 (Trusted Platform Module 2.0). Para reduzir o impacto da mudança, a Microsoft disponibiliza o plano pago ESU (Extended Security Updates), que garante atualizações estendidas até outubro de 2026. O serviço custa US$ 30 por ano para usuários domésticos e US$ 61 por dispositivo corporativo, podendo ser renovado por até três anos.
A política tem sido criticada por entidades de defesa do consumidor, como a Consumer Reports, que pediu a prorrogação gratuita do suporte. A organização argumenta que 46,2% dos usuários de Windows no mundo ainda utilizam a versão 10, o que representa cerca de 646 milhões de computadores. “É contraditório afirmar que o Windows 11 é mais seguro e deixar milhões vulneráveis”, diz a nota da entidade.
Apesar das críticas, a Microsoft mantém o cronograma e aposta na migração para o Windows 11, com foco em novos recursos de inteligência artificial integrados ao sistema. Especialistas recomendam que os usuários verifiquem a compatibilidade de seus equipamentos em Configurações → Atualização do Windows. Quem não puder migrar deve considerar alternativas como Linux Mint ou ChromeOS Flex, além de manter antivírus e backups atualizados para reduzir riscos.