Publicado em 05/04/2018 às 08:33, Atualizado em 04/04/2018 às 22:35

Facebook admite ter usado dados de forma irregular de 87 milhões de usuários

A afirmação foi feita em um comunicado publicado no blog oficial da empresa.

Redação,
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Divulgação

O Facebook elevou nesta quarta-feira (4) de 50 milhões para 87 milhões o número de usuários da rede que tiveram dados explorados pela Cambridge Analytica, consultoria política que usou essas informações a serviço da campanha presidencial de Donald Trump.

"No total, nós acreditamos que as informações de até 87 milhões de pessoas -- a maioria delas nos EUA -- podem ter sido impropriamente compartilhadas com a Cambridge Analytica", afirmou Mike Schroepfer, diretor de tecnologia do Facebook.

A afirmação foi feita em um comunicado publicado no blog oficial da empresa. O novo cálculo é divulgado no mesmo dia em que a companhia anunciou a repaginação de sua política de dados e de seus termos de serviço, a primeira em três anos, feita para ampliar a transparência sobre como trata os dados de seus usuários e tentar conter o mal-estar gerado após o escândalo da Cambridge Analytica.

No post, o executivo comenta algumas das mudanças feitas na plataforma para evitar que desenvolvedores de aplicações consigam coletar e explorar dados de usuários de forma indevida.

Entenda o escândalo

Em 17 de março, os jornais "New York Times" e "Guardian" revelaram que os dados de mais de 50 milhões de usuários do Facebook foram usados sem o consentimento deles pela Cambridge Analytica. A empresa de análise de dados acessou esse grande volume de dados após um teste psicológico que circula na rede social coletar as informações. Os dados recolhidos não eram apenas os de usuários que fizeram o teste, mas também os de seus amigos.

O escândalo cria dúvidas quanto à transparência e à proteção de dados dos usuários do Facebook. A rede social comunicou que investigaria o caso. O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, reconheceu que a empresa cometeu erros.

A empresa Cambridge Analytica trabalhou ainda com a equipe responsável pela campanha de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, nas eleições de 2016. Também foi contratada pelo grupo que promovia a saída do Reino Unido da União Europeia.

Na sexta-feira (23), uma revista na sede da Cambridge Analytica durou cerca de sete horas. A batida foi do órgão regulador encarregado da proteção de dados privados na Grã-Bretanha. Nos Estados Unidos, usuários estão processando o Facebook e a Cambridge Analytica.

O Ministério Público do Distrito Federal comunicou na terça-feira passada (20) que abriu um inquérito para apurar se o Facebook compartilhou dados de usuários brasileiros com a Cambridge Analytica. O ex-sócio da Cambridge Analytica no Brasil disse que a empresa não tinha banco de dados de brasileiros.

Fonte - G 1