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23/02/2020 às 15:34, Atualizado em 23/02/2020 às 14:01

Surto de dengue pode afetar 11 estados brasileiros em 2020

De acordo com o Ministério da Saúde, os estados já receberam os inseticidas que agem contra os mosquitos adultos e larvas, para manter o controle vetorial.

Responsável pela morte de 782 pessoas só em 2019, a dengue – doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti – já deixa 11 estados brasileiros em sinal de alerta no início deste ano. A informação é do coordenador-geral de Vigilância em Arboviroses do Ministério da Saúde, Rodrigo Said.

Além de toda a região Nordeste, a população do Rio de Janeiro e Espírito Santo deve ficar atenta a um possível surto do tipo 2 do vírus. A dengue tem quatro variações de sorotipos. Segundo Said, o sorotipo 2 deve causar mais preocupação nesses estados, neste ano, porque, até então, não houve uma circulação “significativa” do vírus nessas áreas, que no ano passado, somaram mais de 310 mil casos prováveis da doença.

“De 2010 a 2016, a circulação mais intensa foi pelos sorotipos 1 e 4. Em 2018, houve alteração de circulação para o sorotipo 2 em estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste, exceto no Rio e no Espírito Santo. Essa mudança no padrão de circulação que ocorre atualmente nesses estados, e a possibilidade de ocorrer nos estados do Nordeste, aponta para um cenário de risco, que exigirá ações de vigilância para monitorar essa situação.”

De acordo com o Ministério da Saúde, os estados já receberam os inseticidas que agem contra os mosquitos adultos e larvas, para manter o controle vetorial. Além disso, as ações de organização da rede de atenção a pacientes também já foram elaboradas.

Se uma pessoa é infectada por um desses sorotipos, desenvolve imunidade a ele. No entanto, se contrair a doença novamente por outro sorotipo, pode manifestar-se de forma mais grave do que na primeira vez.

O pesquisador da Fiocruz Brasília, Claudio Maierovitch, explica que o paciente não precisa se preocupar com qual sorotipo foi infectado, já que o tratamento será igual, independentemente do tipo de vírus.

“Sabendo que uma pessoa tem dengue, o tratamento será igual para todos os tipos. A possibilidade de que haja um agravamento causa a mesma preocupação para todos os tipos. Quem tem dengue, em geral, não fica sabendo por qual tipo de vírus teve. Fica sabendo apenas que teve dengue.”

Dados do Ministério da Saúde revelam que, em 2019, foram notificados mais de um milhão e meio de casos prováveis de dengue. A taxa de incidência a cada 100 mil habitantes ultrapassou 735 ocorrências. Em relação aos casos graves da doença, foram registradas 1.419 confirmações.

Agência Saúde

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