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05/03/2021 às 15:00, Atualizado em 05/03/2021 às 11:30

Segundo mais frequente no Brasil, câncer colorretal tem prevenção e chances de cura com diagnóstico precoce

O câncer colorretal é um tumor maligno que se instala no reto do intestino grosso

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Divulgação

Março é o mês dedicado a conscientização e combate ao câncer colorretal. A escolha do mês coincide com o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino celebrado no dia 27 de março no país como símbolo de prevenção e tratamento da enfermidade.

O câncer colorretal é um tumor maligno que se instala no reto do intestino grosso, sendo depois dos cânceres de mama e próstata, o segundo mais frequente no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima o surgimento de 40.990 novos casos por ano, para o triênio 2020/2022, sendo 20.520 em homens e 20.470 em mulheres. Os números correspondem a um risco estimado de 19,64 casos novos a cada 100 mil homens e 19,03 a cada 100 mil mulheres.

Embora a doença seja mais frequente em pessoas acima dos 50 anos, ela também afeta pessoas abaixo dessa faixa etária. Em agosto de 2020, o ator Chadwick Boseman interprete de Pantera Negra no filme da Marvel, perdeu a batalha para o câncer de cólon aos 43 anos de idade. O caso foi amplamente divulgado na imprensa.

Coloproctologista no Hospital Regional (HRMS), o médico Carlos Henrique Marques Santos afirma que além da preocupação com os tipos de câncer mais frequentes, a população também precisa se atentar para o rastreamento do câncer colorretal. “A partir dos 50 anos, uma vez a cada 5 anos, é recomendável que todas as pessoas façam a colonoscopia. Porque ela pode diagnosticar um câncer precoce, em que a chance e cura é maior”.

Muito além do diagnóstico precoce, o exame pode identificar a lesão precursora do câncer. “A grande maioria dos tumores colorretais se originam de um pólipo que é um tumor benigno. Então a colonoscopia ao identificar o pólipo e remove-lo, previne o câncer. É uma situação em que realmente a gente consegue prevenir”, destaca o especialista.

Se engana quem pensa que só quem tem histórico familiar pode desenvolver a doença. Segundo Dr. Carlos, de cada 4 pessoas com câncer colorretal, 3 delas não tem histórico familiar algum. Dentro desse contexto, também vale ressaltar que a colonoscopia não deve ser feita só por pessoas com sintomas ou sinais que sugerem câncer.

“O exame tem que ser feito justamente quando não há nenhuma alteração para que ele sirva como prevenção. Caso contrário, se a pessoa já tem um sangramento, se mudou o ritmo intestinal, houve perda de peso, e se isso foi causado por um câncer é provável que ele já seja um câncer mais antigo, e a cura pode ser um pouco mais difícil. Então a indicação é colonoscopia a partir dos 50 anos mesmo que não haja sintomas e mesmo que não haja histórico familiar”, orienta.

Um estilo de vida saudável é apontado pelo especialista como uma das formas de prevenção por parte de pessoas mais jovens. “O que nós temos de consagrado pela evidência medica é que uma dieta com muita gordura animal predispõe facilita o câncer colorretal. E por outro lado, o consumo frequente de fibras, verduras, legumes e frutas, pode proteger e prevenir”. A prática regular de atividade física, não fumar e evitar o consumo excessivo de álcool também estão entre as medidas.

A prevenção e o rastreamento a partir dos 50 anos são importantes, pois o câncer colorretal é uma doença silenciosa. Geralmente os sintomas aparecem em estágios mais avançados tendo como principais manifestações: sangue nas fezes, sangue vermelho vivo ou coagulado; mudança no ritmo intestinal; dor abdominal; anemia; e perda de peso sem explicação lógica.

A campanha Março Azul Marinho no Brasil acontece por iniciativa da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e mais nove sociedades de especialidades médicas.

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