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07/06/2020 às 16:30, Atualizado em 07/06/2020 às 17:48

Secretário cobra política contra Covid-19 e critica ‘sumiço’ de dados

“Só em regimes totalitários é que se esconde os números de pandemia”, disse Resende

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Divulgação

O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, criticou fala do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, que na semana passada disse que seria preciso recontar o número de casos de mortes da Covid-19 por acreditar que eles estariam “inflados”.

“O senhor Carlos Wizard, que não conhece nada de saúde, jogou a responsabilidade do número de casos de coronavírus e de óbitos dizendo que há distorção desse número, nós queremos dizer que aqui no Mato Grosso do Sul nós temos transparência total, assim como em outros estados. Falou que esses números foram inflados para conseguir mais recursos talvez na tentativa de escamotear o que é principal hoje, a falta de um norte do ministério da saúde para a construção de uma unidade no enfrentamento”, declarou Resende durante live do governo para a apresentação de dados da doença.

A reclamação do secretário veio após nota do Conselho Nacional dos Secretários, divulgada no sábado. “Nosso inimigo hoje é o coronavírus e nós não podemos de forma nenhuma criar cortina de fumaça para discutir aquilo que tem sido falha do Ministério da Saúde de ter uma política única do enfrentamento do coronavírus, quer seja na questão do isolamento social, muitas falas dúbias e que muitas vezes prejudica os gestores estadual e municipal no enfrentamento aqui no nosso espaço”, completou.

Resende também reclamou da dificuldade que as secretarias em conseguir insumos e equipamentos provenientes do Ministério da Saúde. “Já começa a faltar insumos bastante importante, e o Ministério da Saúde precisa ter uma política única para nos ajudar no enfrentamento do novo coronavírus, não só aqui em Mato Grosso do Sul, mas também nos outros estados”.

Além da fala de Wizard, o secretário também repreendeu o fato do Ministério da Saúde ter tirado de suas divulgações e do site específico que tinha dados da doença, os números acumulados no novo coronavírus. Ele comparou a situação atual com a de regimes totalitários.

“Só em regimes totalitários, tanto de esquerda quando de direita, é que se esconde os números de determinada pandemia. Já houve aqui, no período da ditadura militar, uma epidemia de meningite e o governo à época escondeu essa epidemia e houve uma vacinação em massa para evitar mortes de meningite”, lembrou Resende.

O secretário afirmou que em Mato Grosso do Sul os dados continuarão a serem informados como desde o início da pandemia, tanto com dados das últimas 24 horas como o acumulado do período e pediu que o secretário Wizard se redima de sua fala. “O cidadão Carlos Wizard não conhece de saúde pública e talvez já entra errado no Ministério da Saúde e gostaria que ele poderia se redimir da sua fala e pudesse trazer a público e continuar com a divulgação do boletim”.

BOLETIM

Dados do boletim deste domingo (7) em Mato Grosso do Sul mostram mais 121 casos no Estado em 24 horas. A maioria está em Dourados, que teve um acréscimo de 78 novos episódios e é o município com o maior acumulado até agora, com quase 600 casos, acima até de Campo Grande, que ainda nem chegou aos 400 casos.

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