Publicado em 08/06/2025 às 10:27, Atualizado em 08/06/2025 às 13:29

Secretaria de Saúde alerta para alta infecção de gestantes com Chikungunya

MS registrou 37 grávidas com a doença, que pode trazer riscos para a mãe e para o bebê

Redação,
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Foto: Freepik

O boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul) despertou um alerta para as gestantes: apenas este ano 37 mulheres grávidas foram diagnosticadas com Chikungunya, sendo que 10 delas estão no primeiro trimestre de gestação, período em que a doença requer mais cuidados.

De acordo com o obstetra Thiago Souza, os riscos da doença variam conforme os trimestres da gestação em que ocorre a infecção da gestante, podendo impactar no desenvolvimento do bebê e na saúde dele e da mãe, inclusive na hora do parto, quando há possibilidade de ocorrer a transmissão vertical.

“No primeiro trimestre a infecção pode aumentar as chances de abortamento e impactar o desenvolvimento fetal. Já no segundo trimestre, embora o bebê já esteja mais formado, a doença traz prejuízos ao desenvolvimento neurológico do bebê”, explica o obstetra.

Ainda de acordo com ele, no último trimestre o maior risco está na hora do parto, por risco de transmissão vertical. O médico ainda alerta que os recém-nascidos podem desenvolver sintomas graves, como febre alta, convulsões, alterações neurológicas que podem levar inclusive à internação da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal.

Para a prevenção da doença, Thiago ainda ressalta que, além de seguir as recomendações, como uso de repelentes e roupas protetoras, é essencial o acompanhamento do bebê e da mãe por meio do pré-natal.

“Além das medidas já amplamente divulgadas – como o uso de repelentes próprios para gestantes, roupas protetoras, telas e eliminação de focos do mosquito –, eu reforço a importância de um pré-natal bem conduzido e, em casos de suspeita de infecção, o acompanhamento com um especialista em medicina fetal”, indica.

Recorde de mortes

Além de ressaltar a quantidade de grávidas infectadas, o boletim também destaca que Mato Grosso do Sul bateu recorde de mortes, com sete óbitos registrados apenas em 2025. A última vítima fatal registrada foi um homem de 78 anos, morador de Fátima do Sul. A cidade é a quinta no ranking com 125 casos confirmados. Por outro lado, a localidade apresenta baixa incidência de infecção.

Ainda de acordo com o boletim epidemiológico, a cidade com mais casos confirmados é Maracaju, com 1.135 infectados. A cidade também enfrenta um surto de influenza e SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).

Por sua vez, Campo Grande tem 38 casos confirmados e, assim como Fátima do Sul, figura na área de baixa incidência da doença.

Por Ana Clara Santos