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07/06/2018 às 10:01, Atualizado em 06/06/2018 às 22:27

Pesquisa aponta que 1 a cada 10 homens que fazem sexo com homens tem HIV

Os testes para o vírus foram aplicados em 351 participantes na Capital, dos quais 9,5% deram positivo.

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Foto reprodução campograndenews

Pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde, publicada pela revista internacional Medicine, aponta que um em cada dez homens que fazem sexo com homens em Campo Grande está infectado com HIV. Os testes para o vírus foram aplicados em 351 participantes na Capital, dos quais 9,5% deram positivo.

O estudo também foi realizado em Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

Ao todo foram entrevistadas 4.176 pessoas. A maioria se autodeclarou gay (83,1%), enquanto 12,9% disseram ser hétero ou bissexuais e 4% se identificou como “outros”. Desse montante, 3.958 aceitou fazer os exames laboratoriais para identicar a presença ou não do vírus.

Campo Grande teve a terceira menor taxa de infecção, atrás apenas da capital baiana, com 8,6% de resultados positivos e Brasília, que teve 5,8%. Na outra ponta da lista, São Paulo tem a maior incidência, com 24,8% de infecção seguido por Recife (21,5%) e Curitiba (20,20%).

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o estudo utilizou de uma metodologia americana que recruta pessoas-chaves (chamadas de sementes) para serem entrevistadas e testadas duas vezes. Essas, por sua vez, indicam outras pessoas com o mesmo perfil e assim por diante.

O artigo diz que nos últimos dez anos, houve um crescimento na quantidade de casos novos registrados entre homens no Brasil, especialmente entre 15 e 24 anos e acima de 60. Somente entre jovens de 15 a 19 anos o índice triplicou de 2,4 para 6,7 casos a cada 100 mil habitantes.

No mesmo intervalo de tempo, os casos de AIDS entre homens que fazem sexo com homens aumentou de 35,3% para 46,2%. Segundo o Ministério da Saúde, a prevalência do HIV na população geral é de 0,4%.

Em entrevista à Folha, a professora da Universidade Federal do Ceará Lígia Kerr, coordenadora do trabalho, aponta como hipóteses para o aumento da prevalência do vírus HIV no público-alvo do estudo a falta de campanhas preventivas, redução no uso de preservativos e mudanças comportamentais que permitiram, por exemplo, a busca de parceiros por aplicativos (que pode levar a um maior caso de relações desprotegidas).

Conteúdo - Campograndenews

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