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07/06/2025 às 14:06, Atualizado em 07/06/2025 às 17:18

MS completa 10 anos sem casos de febre amarela humana e mantém alerta com vacinação

No mesmo período, o estado avançou na cobertura vacinal, alcançando 86% em 2024

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Divulgação

Mato Grosso do Sul segue sem registrar casos confirmados de febre amarela humana desde 2015, mesmo diante do aumento da circulação do vírus no país em 2025. No mesmo período, o estado avançou na cobertura vacinal, alcançando 86% em 2024 — o melhor índice dos últimos cinco anos, embora ainda abaixo da meta de 90% estabelecida pelo Ministério da Saúde.

De 2020 até maio deste ano, 42 casos suspeitos da doença foram notificados em 20 municípios sul-mato-grossenses, todos descartados após investigação laboratorial. “Esse monitoramento contínuo é fundamental para manter o controle da doença no estado”, explica a gerente de Doenças Endêmicas da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Jéssica Klener. Ela destaca ainda a importância da vigilância ativa, principalmente em regiões de fronteira, como Corumbá e Ponta Porã.

A febre amarela voltou a acender o alerta nacional em 2025, com mais de 220 casos confirmados e 89 mortes nas Américas até o fim de maio — um aumento de mais de 800% em relação ao ano anterior. Segundo a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), quase todos os infectados neste ano de 2025 e no anterior não estavam vacinados. Diante desse cenário, o reforço da vacinação é uma das principais estratégias de prevenção.

“A vacina é segura, gratuita e a principal forma de proteção contra a febre amarela. Temos avançado na cobertura, mas ainda precisamos atingir a meta e manter a população protegida”, reforça Frederico Moraes, gerente de Imunização da SES.

A vacina é recomendada para pessoas de 9 meses a 59 anos. Quem ainda não se vacinou deve procurar a unidade básica de saúde mais próxima para atualizar a caderneta, conforme o calendário do PNI (Programa Nacional de Imunizações).

Além da imunização, a SES mantém ações de vigilância entomológica, monitoramento de epizootias (morte de primatas não humanos) e orientação permanente aos municípios para notificação imediata de suspeitas, considerando que a vacinação garante imunidade vitalícia, sendo um dos pré-requisitos para casos suspeitos a não vacinação.

“A educação em saúde é uma das estratégias mais eficazes para promover a prevenção, fortalecer a autonomia da população e construir comunidades mais conscientes e resilientes diante das ameaças à saúde coletiva”, enfatiza a Coordenadora de Saúde Única da SES, Danila Frias. “Acreditamos que a educação é uma ferramenta essencial na prevenção de doenças como a febre amarela. Por isso, desenvolvemos materiais instrutivos, que têm sido fundamentais para levar informação clara à população e combater mitos, como a ideia equivocada de que os primatas transmitem a doença. Nosso objetivo é fortalecer a consciência coletiva de que a verdadeira proteção está na vacina”, completa.

Febre Amarela (FA) é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida por mosquitos, com dois ciclos de transmissão: silvestre (vetores: Haemagogus e Sabethes) e urbano (Aedes aegypti e Aedes albopictus). Os sintomas incluem febre de início súbito, dores no corpo, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, náuseas e vômitos, fadiga, fraqueza e, nos casos mais graves, podem evoluir para complicações fatais.

Ao perceber esses sinais, é preciso procurar imediatamente a Unidade Básica de Saúde mais próxima para avaliação do quadro clínico e tratamento adequado.

Monitoramento constante

No ciclo silvestre da febre amarela, os PNH (Primatas Não Humanos) são considerados como sentinelas, ou seja, o adoecimento ou morte desses animais podem estar relacionados com a circulação do vírus da febre amarela em áreas silvestres. Considera-se o PNH doente, o animal que apresenta movimentação lenta, segregação do grupo, ou imobilidade no solo, perda de apetite, desnutrição, desidratação, entre outros. O comportamento anormal ou óbito destes animais deve ser imediatamente comunicado às autoridades sanitárias, para subsidiar a investigação e tomada de decisões de prevenção e controle.

“O objetivo da vigilância epidemiológica é detectar antecipadamente a presença do vírus, aplicando as medidas de prevenção e controle, reduzindo a transmissão da febre amarela silvestre e urbana”, finaliza a responsável pela Gerência de Zoonoses da Ses, Melissa Amin.

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