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30/05/2020 às 16:31, Atualizado em 30/05/2020 às 15:33

Casos de síndrome respiratória aguda aumentam quase 75% em MS

Fatores como Covid-19 e mutação de vírus da SRAG causaram crescimento nos números da doença

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Divulgação

Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aumentaram cerca de 75% em comparação com o ano passado em Mato Grosso do Sul. Enquanto em 2019 foram registrados 358 casos, 2020 já chegou a 1.379. Os dados são de boletins epidemiológicos de influenza emitidos pelo governo do Estado, referentes aos períodos de janeiro até o início de maio. Os municípios que apresentaram maior número de casos até agora foram Campo Grande, com 591, Dourados, com 88, Corumbá, com 50, e Três Lagoas, com 49.

Todos os anos a Prefeitura de Campo Grande monitora vírus respiratórios que circulam. Segundo a médica infectologista Rafaeli Cardoso Barbosa, o aumento desse ano significa que apareceu uma doença nova além dos vírus que já circulavam, “e essa diferença foi a Covid-19, que causa os mesmos sinais e sintomas da influenza, mas com suas particularidades”, relatou. A mutação dos vírus também ajudou no aumento de casos: a velocidade com ele se espalha é maior de que em anos anteriores

A SRAG é uma doença respiratória grave que exige internação e é causada por vírus, seja ele o novo coronavírus (Sars-CoV-2), o H1N1 ou outros. De acordo com a médica, a SRAG é definida no Estado quando o indivíduo hospitalizado tem febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta que apresente dispneia – falta de ar, esforço respiratório, aumento da frequência das incursões respiratórias por minuto –, saturação periférica de oxigênio menor do que 95% ou ainda desconforto respiratório.

Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil já acumula neste ano mais de 5,5 mil mortes causadas por SRAG, número que é maior que a média registrada entre 2010 e 2019

Apesar do grande aumento das síndromes respiratórias graves, a incidência de Covid-19 em Mato Grosso do Sul é baixa se comparada com outros estados brasileiros. A médica acredita que é porque “ainda não estamos na época da seca. Na época da seca, nossa via respiratória seca mais e machuca mais, o que favorece a entrada dos vírus”, explicou.

A influenza constitui uma das grandes preocupações em saúde pública em razão do seu impacto na morbimortalidade da população. Já foram registrados esse ano 8 mortes pela doença. Três delas foram pelo subtipo H1N1. A letalidade depende de fatores como idade, presença de doenças associadas e recursos disponíveis para tratamento.

COVID-19

Apesar de a incidência do novo coronavírus ainda estar baixa em Mato Grosso do Sul, o Estado, que já foi a maior taxa do País, vive uma crescente de casos. Conforme os dados mais recentes do Ministério da Saúde, MS tinha apenas a quarta menor incidência do Brasil, com 45,4 por 100 mil habitantes.

O estado com a menor incidência do País é o Paraná, com 34,8, seguido de Minas Gerais, com 41. Em terceiro lugar está Goiás, com 44, entretanto o estado tem a maior taxa de reprodução do vírus no Brasil, com 5,63.

Fatores de risco da síndrome

São fatores de risco da SRAG: população indígena; gestantes; puérperas (até 2 semanas após o parto); crianças ( 2 anos), adultos ( 60 anos); pneumopatias (incluindo asma); cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica); doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme); distúrbios metabólicos (incluindo diabetes); transtornos neurológicos e do desenvolvimento que possam comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção congênita, lesões medulares, epilepsia, paralisia cerebral, síndrome de Down, AVC ou doenças neuromusculares); imunossupressão (medicamentos, neoplasias, HIV/Aids); nefropatias e hepatopatias; obesidade; e pacientes com tuberculose de todas as formas.

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