Publicado em 23/05/2020 às 07:20, Atualizado em 22/05/2020 às 23:21

Casos de coronavírus só vão diminuir em MS a partir de setembro, avaliam especialistas

No pior cenário considerado, com 50% de aumento da taxa de notificação, os resultados mostram um colapso do sistema de saúde pública

Redação,

Especialistas de Mato Grosso do Sul estimam que os casos de coronavírus só vão reduzir a partir de setembro. O relatório foi elaborado com base nos dados divulgados até 17 de maio a partir de três modelos de crescimento.

Atendendo a pedido da secretária de Saúde de Campo Grande, os professores do Instituto de Matemática, Erlandson Saraiva, e da Escola de Administração e Negócios, Leandro Sauer, já desenvolviam uma modelagem matemática/estatística sobre a quantidade de casos da covid-19 na Capital. Com o avanço da doença, eles passaram a monitorar também o Estado.

Os professores ajustaram três modelos de crescimento e selecionaram o que melhor explica os dados. “O modelo selecionado tem como estimativa para quantidade máxima de casos confirmados: 17.824 casos. Além disso, o ponto de inflexão é estimado somente para o dia 183 (12 de setembro) com 6.557 casos confirmados”.

“Ou seja, a partir desse modelo, estamos em uma fase de crescimento dos casos; e as taxas de notificação começarão a diminuir somente a partir de 12 de setembro, se nada for feito”, explicam.

De acordo com Erlandson e Leandro, os resultados mostram ainda que, para 20% de aumento da taxa de notificação (de 2,47% para 2,96%), cerca de 200 pessoas precisarão de atendimento em leitos clínicos na última semana do mês de julho. Com relação aos leitos de UTI estima-se que mais ou menos 110 pessoas precisarão de atendimento, também na última semana do mês de julho.

“No pior cenário considerado, 50% de aumento da taxa de notificação (de 2,47% para 3,70%), os resultados mostram um colapso do sistema de saúde pública. Estima-se que entre 2 mil e 2,2 mil pessoas precisariam de atendimento em leitos clínicos e entre 500 a 650 pessoas precisariam de atendimento em leitos de UTI”, ressaltam, conforme divulgado pela UFMS.