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01/08/2016 às 19:31, Atualizado em 01/08/2016 às 21:49

Amamentação contribui para desenvolvimento infantil e sustentável

Ao lançar campanha mundial deste ano, Ministério da Saúde enfatiza que leite materno não agride meio ambiente e reduz mortalidade infantil. Brasil é referência mundial em aleitamento materno

Amamentar faz bem à saúde da mãe, do bebê e também do planeta. Esse é o alerta da campanha publicitária lançada nesta segunda-feira (1) pelo Ministério da Saúde em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Cartazes, folders e cartões para internet chamam atenção das pessoas sobre as metas de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e como elas se relacionam com a amamentação. O Brasil é referência no mundo quando se trata de aleitamento materno, registrando uma taxa de 41%. Está a frente de países como os Estados Unidos, Reino Unido e China, com o dobro das taxas de aleitamento exclusivo até os seis meses e 12 meses de vida quando comparado a estes países.

Confira aqui peças da campanha publicitária que incentiva o aleitamento materno

A Organização Mundial da Saúde recomenda que os bebês recebam leite materno até os dois anos ou mais associado à alimentação complementar saudável, sendo exclusivamente até 6º mês de vida. Além de fazer bem para a saúde da criança e da mulher, o aleitamento materno é a forma mais econômica e ecológica de alimentar uma criança. Para fabricação dos leites em pó ou longa vida é necessário o uso de energia, assim como materiais para embalagem, combustível para a distribuição e de água, além de produtos de limpeza tóxicos para o preparo diário. Por isso, só devem ser utilizados por orientação médica, quando a mulher estiver impedida de amamentar. “O leite materno já vem pronto, está sempre na temperatura correta para o bebê e não necessita de nenhum preparo prévio, nem gasto de energia, ou seja, não agride o meio ambiente“, afirma o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Mas a recomendação da OMS não está sendo seguida a risca pelo mundo. Segundo o Programa das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 77 milhões de recém-nascidos – ou um a cada dois – não são amamentados em sua primeira hora de vida, sendo privados de nutrientes e anticorpos e do contato corporal com suas mães, essenciais para protegê-los de doenças e da morte. Atrasar o aleitamento materno entre 2 e 23 horas após o nascimento aumenta em 40% o risco de morte nos primeiros 28 dias de vida. Atrasá-lo por 24 horas ou mais aumenta esse risco em 80%. Segundo a Unicef, apenas 43% dos bebês no mundo com menos de 6 meses de idade são amamentados exclusivamente. “Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças nessa faixa etária”, enfatiza a coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno, Thereza de Lamare.

A coordenadora enfatiza que cerca de seis milhões de crianças podem ser salvas a cada ano com o aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de vida. Isso porque, metade dos casos de diarreia e um terço das infecções respiratórias em crianças seriam evitadas com o leite materno. Além disso, seria possível evitar, 72% e 57% das internações hospitalares provenientes dessas doenças. “Amamentar ainda traz benefícios para a saúde da mulher, como a redução do risco de desenvolver câncer de mama e de ovário”, completa a coordenadora.

BRASIL É DESTAQUE - Início do ano, a revista britânica The Lancet na série especial sobre aleitamento materno, alertou sobre os índices globais de amamentação exclusiva em crianças menores de seis meses, que ainda estão abaixo de 50% na maioria dos países. De acordo com dados da revista, os avanços destacados nesse estudo mostram que as crianças brasileiras em 1974-1975 eram amamentadas em média dois meses e meio, sendo que em 2006-2007 essa média subiu para 14 meses. A revista indica que um aumento de 10 pontos percentuais no índice de amamentação exclusiva até os seis meses ou da amamentação continuada até os dois anos ou mais se traduziria numa economia em tratamentos de saúde de 6 milhões de dólares no Brasil.

POLÍTICA – As expressivas taxas de aleitamento materno no Brasil se deve ao fato da Política Nacional de Aleitamento Materno possuir diversas ações que apoiam, promovem e protegem a amamentação. Na atenção primária, o ministério capacitou 22.371 profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) para promover a prática do aleitamento materno e alimentação complementar saudável nas famílias. Na atenção secundária e terciária, existe a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC com 326 certificados em todo o país), além dos 220 Bancos de Leite Humano que compõe a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (BLH) e o Método Canguru, voltados aos recém-nascidos de baixo peso.

O Ministério da Saúde também possui ações que são transversais e intersetoriais como a estratégia “Mulher Trabalhadora que Amamenta”, que entre seus eixos, incentiva as empresas a implementar salas de apoio amamentação. Atualmente existem 160 salas de apoio certificadas em todo Brasil. Outra importante iniciativa é a “Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL)”,E as mobilizações sociais o “Dia de Doação de Leite Humano” e a Semana Mundial de Amamentação.

Fonte: Agência Saúde

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