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01/09/2017 às 08:01, Atualizado em 31/08/2017 às 21:38

STF autoriza nova devassa nas contas de deputado de MS envolvido na Operação Uragano

Geraldo Resende é suspeito de cobrar propina de emendas parlamentares destinadas a Dourados.

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Geraldo teria cobrado propina de emendas parlamentares Foto: TopMidiaNews

O ministro do STF, Marco Aurélio Mello, determinou nova devassa nas contas bancárias do deputado federal Geraldo Resende (PSDB/MS). O caso se refere a Operação Uragano, ocasião em que o parlamentar teria cobrado propina de parte dos valores de suas emendas parlamentares destinados a Dourados, seu maior reduto político.

A nova vistoria das contas foi a pedido do Ministério Público Federal e cabe à Polícia Federal fazer a devassa. O processo no Supremo consta de 2011, já que Resende, à época no PMDB, conta com foro privilegiado.

O pedido para quebra de sigilo bancário chegou ao STF no dia 25 de agosto, e já no dia 30 teve autorização do ministro Mello. Conforme decisão do Supremo, já foram expedidos ofícios dirigidos ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica, que vão fornecer detalhamento das operações realizadas à época em que o prefeito Ari Arthuzi (falecido) comandava Dourados.

Também foi encaminhado ofício ao Congresso Nacional, que deverá disponibilizar o rol detalhado de informações sobre as emendas parlamentares propostas por Resende entre 2008 e 2010.

Nova devassa

Em novembro do ano passado, o MPF pediu e o Supremo autorizou a quebra de sigilo bancário de Geraldo Resende. Além disso, foi pedida quebra de sigilo do irmão dele, Walter de Fátima Pereira, que foi negado pela Corte Suprema.

Denúncia

Em 2010, O Ministério Público deflagrou a primeira fase da Operação Uragano, que descobriu esquema de corrupção envolvendo políticos, empresários e agentes públicos no direcionamento de licitações de obras na cidade.

A Geraldo Resende é atribuída a cobrança de propina de emendas parlamentares conquistadas por ele na Câmara dos Deputados.

O deputado tucano nega qualquer envolvimento com os esquemas de corrupção e diz que o delator, Eleandro Passaia, assessor de Ari Artuzi, é quem era o bandido que quis se passar por honesto.

Resende diz que, desde o início do processo, em 2011, disponibilizou seus sigilos bancários, fiscal e telefônicos às autoridades. O político diz que não tem nada de novo e que há seis anos o processo tramita no Supremo e até agora não acharam nada contra ele.

''No final, o Supremo vai me dar um atestado de honestidade. O único caminho que vai restar é o arquivamento'', estima o deputado.

O novo pedido, conforme Resende, pode estar associado à saída do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que, segundo ele, quer mostrar para a nova comandante da PGR, que tem processos em andamento.

O deputado destaca que foi o único parlamentar que processou o delator do esquema, Eleandro Passaia, por injúria, calúnia e difamação. Ele relata que ganhou direito a indenização de R$ 10 mil, mas que Passaia recorreu e agora aguarda decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Conteúdo TopmidiaNews

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