Publicado em 18/08/2021 às 12:00, Atualizado em 18/08/2021 às 10:53

Servidores de MS protestam contra PEC 32, que troca concurso por apadrinhamento

A PEC 32 vai atingir somente os servidores que atendem às camadas mais pobres da população brasileira

Redação,
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Divulgação

O Fórum dos Servidores Públicos do Mato Grosso do Sul, vai realizar nesta quarta-feira (18) manifestações contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 32/2020, a chamada “Reforma Administrativa”. A PEC 32, que acaba com a estrutura jurídica do serviço público dos estados, da união e dos municípios, possibilita aos gestores políticos a contratação direta, isso é, sem concurso público, de apadrinhados.

Segundo Fabiano Reis, coordenador do Fórum e Presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-MS), no dia da mobilização serão realizados vários atos contra a PEC nos locais de trabalho dos servidores. “Em reunião, programamos uma agenda de mobilização em vários locais de trabalho dos servidores na intenção de mostrar o quanto esta PEC vai prejudicar a população brasileira”, disse Fabiano.

Fabiano explica ainda que os sindicatos de base estão convidando todos os servidores para participar das manifestações na quarta-feira (18).

Para Giancarlo Miranda, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol/MS) e um dos coordenadores do Fórum dos Servidores, outro ponto negativo é que a verdadeira intenção do Governo Federal com a PEC 32 é de privatizar e vender as empresas públicas para setor o privado, ao mesmo tempo terceirizar os serviços públicos para empresas ligadas ao segmento político.

“A PEC 32 vai atingir somente os servidores que atendem às camadas mais pobres da população brasileira. O Fórum dos Servidores alerta que a proposta não atinge às carreiras dos magistrados, Ministros do STJ, STF, parlamentares, militares das Forças Armadas e membros da cúpula do Ministério Público, onde estão os maiores salários e excessos de gratificações imorais e injustas pagas com os impostos dos brasileiros”, pontuou.

Estabilidade

A PEC também prevê o fim da estabilidade no serviço público. Ricardo Bueno, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul (Sintss-MS), explica que “a estabilidade não é para favorecer os servidores, e sim para que o servidor possa trabalhar sem a influência política e com isenção quando exerce sua função atendendo a população”.

A PEC 32 foi recepcionada e aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em maio deste ano, sendo votada na primeira votação. Caso receba aval da comissão especial que analisa o texto, a PEC seguirá para avaliação do plenário da Casa.

Jornal Midiamax