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31/07/2017 às 18:00, Atualizado em 31/07/2017 às 18:41

Senadores Requião e Jucá trocam ofensas em vídeos nas redes sociais

Discussão começou quando Requião reagiu a notícia de que Jucá estaria buscando uma estratégia para tirá-lo do partido.

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Reprodução

Os senadores do PMDB Roberto Requião (PR) e Romero Jucá (RR) trocaram ofensas por meio de vídeos que os dois divulgaram nas redes sociais. Eles também fizeram acusações um contra o outro e, em determinado momento, Jucá chega a comparar Requião a cachorros vira-latas.

A discussão começou na sexta-feira (28), quando Requião gravou um vídeo para comentar uma reportagem da revista "Veja", segundo a qual Jucá estaria montando uma estratégia para tirar o senador do partido.

De acordo com a revista, também seria retirada da legenda a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO). Ela e Requião têm atuado no Senado como vozes contrárias ao governo de Michel Temer, também do PMDB. Jucá é presidente nacional do partido e um dos principais aliados de Temer.

Logo no início do vídeo que Requião gravou para alfinetar o colega de partido, ouve-se ao fundo alguns latidos. O senador aproveita a deixa para dizer que "a cachorrada ficou louca" e emenda: “Romero Jucá, se eu solto meus cachorros atrás de você, vai ser bem mais sério que uma busca da Polícia Federal ou da Lava Jato”.

A provocação de Requião foi respondida no vídeo de Jucá. Ele disse que o colega está andando com muito vira-lata. “Deve ser igual a eles”, afirmou.

Jucá disse ainda que não deve nada à Polícia Federal. “Eu não tenho medo de cara feia e nem de bravata. Não devo nada. Nem à Polícia Federal, nem à Lava Jato. Não sou réu em nenhuma ação, diferente do senhor que é réu em várias ações aí, no Paraná”, declarou o senador.

Jucá é investigado em cinco inquéritos da Lava Jato baseados em delações do empresário Marcelo Odebrecht e executivos do grupo Odebrecht.

Requião foi citado na delação premiada de Ricardo Saud, diretor da empresa que controla a JBS. Segundo o depoimento do executivo, o senador foi um dos políticos beneficiados com propina paga pela JBS.

Os dois senadores têm negado as acusações.

O desentendimento entre Jucá e Requião gera uma crise nas instâncias do partido, já que, além de Jucá ser o presidente nacional, Requião preside o diretório paranaense da sigla.

Críticas ao partido

Requião aproveitou o vídeo para criticar caciques peemedebistas e defendeu que o parlamentares da legenda deveriam ser “porretas” e “diferenciados”. O senador acrescentou que o PMDB está diante de uma crise moral.

“Não roubar, não deixar roubar, denunciar e punir quem rouba. É isso Romero Jucá, é isso a nossa posição. Por isso cogitam a minha expulsão? Vão manter só o pessoal com a tornozeleira no pé?”, declarou.

Requião também disse que o PMDB precisa voltar as raízes. “Não há espaço para dubiedade, companheiro Romero Jucá, para a mornidão e para o jeitinho”, completou.

No vídeo de resposta, Jucá diz que as colocações de Requião são “lamentáveis e atrasadas, visando uma política antiga, bolivariana e petista”.

O presidente do PMDB negou que estivesse arregimentado "laranjas" dentro do partido para viabilizar as expulsões de Requião e Abreu. Ele disse que agora, diante das declarações de Requião, vai levar o caso do senador paranaense para discussão na executiva nacional do PMDB.

Segundo ele, a posição de Requião não combina com o PMDB, mas sim com "pessoas que são autoritárias".

“Agora, eu, presidente do PMDB, levarei essa história e a situação do Paraná para a reunião da executiva”, alertou Jucá.

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