Publicado em 18/04/2017 às 07:00, Atualizado em 17/04/2017 às 22:03

Puccinelli, Giroto e João Amorim também teriam recebido propina da Odebrecht

Em vídeo, delator fala em pagamento de R$ 2,3 milhões ao então governador.

Redação,
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Foto: Reprodução Topomidia

Um dos delatores da Odebrecht João Antônio Pacífico, ex-executivo da Odebrecht, afirmou em delação premiada que pagou R$ 2,3 milhões a título de “auxílio de campanha” para o ex-governador André Puccinelli (PMDB). O valor teria sido pago em 2010, e corresponderia a 10% do valor dos títulos que a empresa teria para receber do Estado.

Segundo o delator, Edson Giroto, que na época era candidato a deputado federal, também teve uma contribuição de campanha de R$ 300 mil no dia 15 de outubro de 2010, de codinome Carrossel. Toda negociação teria sido feita com o empresário João Amorim, a pedido do próprio Puccinelli.

No vídeo, o delator é questionado sobre “vantagens indevidas" pagas a André Puccinelli e Edson Giroto, quando Pacífico explana de maneira detalhadas com datas e fatos. Segundo ele, um outro interlocutor com nome de Pedro teria sido o responsável pela negociação que aconteceu no Parque dos Poderes e que Puccinelli então teria indicado o nome do empresário João Amorim para “tocar a negociação”.

Desconto

Durante a delação, ele afirmou que somente quando estava nas vésperas da reeleição foi que Puccinelli resolveu negociar o pagamento devido a empresa, afirmando que além de dar um

“E mais, além de tentarmos o desconto de 70% e seriam pagos em cinco parcelas iguais e sucessivas de R$ 4,6 milhões com a primeira parcela vencendo em agosto de 2010. Essas reuniões foram realizadas no próprio palácio do governo quando Puccinelli disse expressamente que buscava reeleição e que buscava apoio financeiro e foi nessa reunião que ele orientou Pedro a procurar Edson Giroto e aí quando do contato com o senhor Edson Giroto, condicionou a assinatura do acordo ao pagamento a pretexto de auxílio de campanha de 10% sobre o valor a ser recebido, o equivalente a R$ 2,3 milhões. Além de nós darmos desconto, parcelar, ainda fomos obrigados a pagar 10% de “propina”.

Questionado sobre o promotor se teria sido obrigado, ele reconheceu que não foi certo. “O certo era não pagar, mas para não deixar de receber os créditos”, confessa João Pacífico. Segundo ele foram pagos R$ 2.340.000,00 (dois milhões trezentos e quarenta mil) autorizados por ele, e que foram pagos a João Amorim citado por ele como “empresário conhecido na região e pessoa de confiança do governador André Puccinelli”. Amorim é quem teria feito as condições e processo todo para o pagamento da ‘propina’.

O delator apresentou planilha onde constam os valores pagos, com a primeira parcela paga só em 23 de agosto de 2010 e eles fizeram pagamentos entre os dias 1 e 3 de setembro. “Houve uma antecipação do pagamento para Puccinelli, as quatro parcelas da contrapartida nos dias 1, 2 e 3 de setembro, antes da eleição, foi uma exigência dele, com pagamento através do departamento de operações estruturadas em São Paulo”.

Veja o vídeo da delação do ex-executivo da Odebrecht: