Publicado em 24/04/2017 às 13:30, Atualizado em 24/04/2017 às 11:26

Odebrecht desviou recursos do Mercadão de Campo Grande para pagar propina em outro Estado

Contratos com o poder público era desviado, para o 'departamento de propina'.

Redação,

A Empresa Odebrecht utilizou recursos da revitalização do Mercado Municipal de Campo Grande para, supostamente, pagar R$ 30 mil a um politico em Salvador (BA), com codinome Grao. Parte do dinheiro de contratos com o poder público era desviado para o Setor de Operações Estruturadas, mais conhecido como "departamento de propina". Valor da obra custou R$ 107 mil a mais que o valor inicial do convênio.

Em uma das planilhas apresentadas pelos ex-executivos da Odebrecht, durante delação premiada, é possível identificar, entre os pagamentos realizados na coluna referente das obras que os recursos foram desviados para o pagamento das supostas propinas aos políticas pela empresa, a descrição “Mercado Mato Grosso do Sul”.

Pela tabela, o recurso de R$ 30 mil foi supostamente retirado do total das obras do Mercado Municipal de Campo Grande para ser entregue a alguém com apelido de Grao, no município de Salvador, capital da Bahia, em 2014. A senha para retirada da propina era Bolacha.

O esquema de corrupção da Odebrecht, revelado pelas delações de ex-executivos da empreiteira, mostram que ela desviava dinheiro de obras públicas para distribuir a políticos de diversas formas para beneficiar a empresa (em decisões dos governos, na aprovação de leis e em obras públicas, entre outros). Parte do dinheiro de contratos com o poder público era desviado para o Setor de Operações Estruturadas, mais conhecido como "departamento de propina". O dinheiro era distribuído a políticos de acordo com os pedidos deles e os interesses da empresa.

A revitalização do Mercado Municipal de Campo Grande aconteceu através de convênio entre a Prefeitura Municipal de Campo Grande e o Ministério de Turismo, por proposição de emenda parlamentar dos senadores Delcídio do Amaral (PT) e Waldemir Moka (PMDB). O termo foi assinado em 2011, pelo ex-prefeito Nelson Trad Filho, com vigência entre dezembro de 2011 e abril de 2016, com valor inicial de R$ 702 mil e valor total de R$ 809 mil, sendo R$ 585 mil de recursos do Ministério do Turismo e R$ 224 mil de contrapartida da prefeitura. O Mercadão foi inaugurado no dia 30 de agosto de 1958. A área atual tem dois mil metros quadrados e abriga 400 vendedores, instalados em 144 bancas e 77 boxes.

Há a suspeita de que a Odebrecht usou 'contatos' com outras empresas para esconder o suposto desvio. A situação é investigada, junto com toda a Lava Jato, no Supremo Tribunal Federal.

Fonte - Topmidianews