‘Nova modelagem é retrocesso’, diz Hashioka sobre leilão da BR-163 com participação da CCR MSVia

O leilão para a nova concessão da BR-163 em Mato Grosso do Sul segue cercado de críticas e preocupações. Repercutindo com a bancada estadual de MS, o Midiamax ouviu o deputado estadual Roberto Hashioka (União Progressista), que se manifestou contra os termos do novo modelo de concessão e a participação exclusiva da CCR MSVia.

Segundo Hashioka, a proposta atual representa um retrocesso, especialmente pela baixa previsão de duplicação no novo contrato. “Entendo ser um retrocesso a nova modelagem, visto que teremos somente mais 22% de duplicação (206 km)”, afirmou o parlamentar.

A crítica se soma ao fato de que a CCR será a única participante do leilão, o que, para o deputado, compromete a competitividade do processo e reforça a desconfiança sobre o cumprimento futuro das obrigações contratuais. “A CCR será a única participante, já que somente a mesma se habilitou para participar do novo leilão. E esperemos, que pelo menos cumpra o que está previsto, já que anteriormente não o fez.”

A BR-163 é um dos corredores logísticos mais importantes da região Centro-Oeste, essencial para o escoamento de grãos e outros produtos do agronegócio. Desde o início da concessão anterior, a duplicação da rodovia era uma das maiores expectativas da população e do setor produtivo. No entanto, o projeto ficou longe de ser concluído.

Acidentes

O leilão de concessão da BR-163 na próxima quinta traz novamente à tona questionamentos sobre a segurança e condições de uma das principais rodovias do Estado e também uma das mais mortais.

Leilão

Após todo o imbróglio e pressão por avanços na BR-163, houve manifestação para relicitação da concessão. Os questionamentos e solicitações chegaram ao TCU (Tribunal de Contas da União). Em novembro de 2024, a maioria dos ministros votou pela repactuação do contrato de concessão, mas, meses depois, em 30 de janeiro de 2025, a ANTT lançou o edital de leilão da BR-163 em MS.

Assim, a solução promete o avanço das obras sem a necessidade de um processo de relicitação — tentativa de driblar o atraso das melhorias aguardadas para a rodovia. A repactuação aponta mudanças nas obrigações de investimentos. Entre elas, a redução dos trechos para duplicação.

Ou seja, os condutores terão menos de 50% da rodovia duplicada. Ainda que 203 quilômetros sejam duplicados, junto aos 150 quilômetros que contêm a duplicação, apenas 41% da estrada terá este tipo de melhoria — que promove segurança aos condutores.

Por fim, a CCR MSVia confirmou ao Jornal Midiamax a participação no leilão. “A participação da Concessionária no leilão se dará na forma do Edital de Processo Competitivo nº 1/2025. A CCR MSVia reafirma o cumprimento integral de suas obrigações contratuais e sua dedicação à operação e manutenção da rodovia, com foco na segurança e na qualidade dos serviços aos clientes”.