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26/02/2019 às 14:31, Atualizado em 26/02/2019 às 18:19

Ministro reconhece erro e altera recomendação para escolas filmarem alunos cantando hino nacional

Após o recebimento das gravações, será feita uma seleção das imagens com trechos da leitura da carta e da execução do Hino Nacional para eventual uso institucional.

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Foto - Valter Campanato

O ministro da educação Ricardo Vélez voltou atrás na recomendação enviada às escolas pedindo para que os alunos da rede pública e privada fossem perfilados e filmados durante canto do hino nacional. Segundo nota do Ministério da Educação (MEC), ainda nesta terça-feira, 26, as escolas do país receberão uma carta atualizada do ministro com um pedido de cumprimento voluntário para que seja lida no primeiro dia letivo deste ano.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Vélez reconheceu a inconstitucionalidade da proposta de filmagem sem a autorização dos pais e também o erro em exigir que ao final do hino os estudantes entoassem o slogan da campanha de Jair Bolsonaro "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".

"A carta a ser lida foi devidamente revisada a pedido do ministro, após reconhecer o equívoco, tendo sido retirado o trecho também utilizado durante o período eleitoral", afirma a nota do MEC.

A versão revisava segue com o seguinte conteúdo: "Brasileiros! Vamos saudar o Brasil e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração.”

No e-mail em que a carta será enviada, pede-se, ainda, que, após a sua leitura, professores, alunos e demais funcionários da escola fiquem perfilados diante da bandeira do Brasil, se houver na unidade de ensino, e que seja executado o Hino Nacional.

Para os diretores que desejarem atender voluntariamente o pedido do ministro, a mensagem também solicita que um representante da escola filme (com aparelho celular) trechos curtos da leitura da carta e da execução do Hino. A gravação deve ser precedida de autorização legal da pessoa que estiver sendo filmada ou de seu responsável.

Em seguida, os vídeos deverão ser encaminhados por e-mail ao MEC e à Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.

Após o recebimento das gravações, será feita uma seleção das imagens com trechos da leitura da carta e da execução do Hino Nacional para eventual uso institucional.

A atividade, segundo a pasta, faz parte da política de incentivo à valorização dos símbolos nacionais.

A recomendação de Vélez dividiu opiniões, especialmente nas redes sociais. A medida foi questionada pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed), que considerou ferir não apenas a autonomia dos diretores de ensino, mas também dos representantes da Federação, conforme noticiado pelo Estadão.

Ainda hoje a Secretaria Estadual de Educação de Pernambuco afirmou que não cumpriria a medida.

Em Mato Grosso do Sul, a assessoria de comunicação da SED informou que uma nota estaria sendo preparada para tratar do assunto.

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