Publicado em 30/05/2017 às 16:01, Atualizado em 30/05/2017 às 14:06

Ministério Público de MS também vai apurar denúncias de cobrança de propina na gestão de Azambuja

Pagamento de propina para assegurar funcionamento de indústrias foi denunciado domingo, no Fantástico. Delação da JBS denúncia cobrança em troca da concessão de incentivos fiscais.

Redação,
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Ministério Público de Mato Grosso do Sul também vai apurar denúncias de pagamento de propina contra o governo (Foto: MP-MS/Divulgação)

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS) também vai apurar as denúncias feitas neste domingo (28) no Fantástico, por donos de um frigorífico e um curtume, que disseram que precisaram pagar propina ao governo do estado para que pudessem manter as indústrias em atividade.

Segundo o MP-MS, foi instaurado um “Procedimento Preparatório” na Procuradoria-Geral de Justiça para a “colheita de elementos de prova para a elucidação dos fatos e responsabilização dos eventuais envolvidos”.

Na denúncia apresentada no Fantástico, um dos empresários chegou a gravar a entrega de propina. Entre os envolvidos estariam o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o ex-secretário estadual da Casa Civil, Sérgio de Paula, do mesmo partido.

Azambuja nega. Sérgio de Paula, que deixou o governo em março após a fusão da Casa Civil com a secretaria estadual de Governo, afirmou que nunca autorizou ninguém a usar o nome dele.

Além de investigar a denúncia feita no Fantástico, o MP-MS revela que pediu ao ministro relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, o compartilhamento de informações e o encaminhamento de cópias de documentos apresentados na delação premiada de executivos do grupo JBS que apontam que o governador teria recebido propina para conceder incentivos fiscais à empresa.

Azambuja também nega e diz que a relação com a empresa sempre foi institucional. Ele reafirmou ainda que acredita que a citação seja uma retaliação por conta da mudança na política de incentivos ficais do estado.

Por conta desta denúncia, a Assembleia Legislativa criou na semana passada, a pedido da bancada do Partido dos Trabalhadores, uma comissão especial para apurar eventual crime de responsabilidade que teria sido praticado pelo governador.

A comissão terá um prazo para colher depoimentos e analisar documentos. O relator vai elaborar um parecer e colocar em votação. Se o parecer apontar indícios de irregularidades, os deputados podem requerer a instalação de comissão processante, que aprofundará as investigações e poderá recomendar até a cassação do mandato de Azambuja.

Uma comissão especial da Ordem dos Advogados do Brasil seccional de Mato Grosso do Sul (OAB/MS) também está apurando as duas denúncias contra o governador. Com base nesta investigação, a entidade poderá encaminhar a Assembleia o pedido de impeachment de Azambuja.

Fonte  G 1 MS