Publicado em 02/08/2017 às 07:02, Atualizado em 01/08/2017 às 22:31

Lula se torna réu em caso envolvendo sítio de Atibaia

A decisão saiu nesta terça-feira.

Redação,
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Reprodução Internet

O juiz Sérgio Moro aceitou nesta terça-feira (1º) a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros 12 denunciados pelo caso do sítio em Atibaia, no âmbito da Operação Lava Jato. Agora, todos são réus no processo.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula recebeu propina proveniente de seis contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht e a OAS. Os valores foram repassados ao ex-presidente em reformas realizadas no sítio. Conforme a denúncia, as melhorias no imóvel totalizaram R$ 1,02 milhão. O pecuarista José Carlos Bumlai, de acordo com a denúncia, também teria pago parte da obra.

Lula nega as acusações e diz não ser o dono do imóvel, que está no nome de sócios de um dos filhos do ex-presidente.

Veja quem virou réu

Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht: corrupção ativa

José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, dono da OAS: corrupção ativa e lavagem de dinheiro

José Carlos Bumlai, pecuarista: lavagem de dinheiro

Agenor Franklin Medeiros, ex-executivo da OAS: corrupção ativa

Rogério Aurélio Pimentel, ex-assessor especial da Presidência: lavagem de dinheiro

Emílio Odebrecht, dono da construtora Odebrecht: lavagem de dinheiro

Alexandrino de Alencar, ex-executivo da Odebrecht: lavagem de dinheiro

Carlos Armando Guedes Paschoal, ex-diretor da Odebrecht: lavagem de dinheiro

Emyr Diniz Costa Junior, engenheiro da Odebrecht: lavagem do dinheiro

Roberto Teixeira, advogado de Lula: lavagem de dinheiro

Fernando Bittar, empresário, sócio de um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: lavagem de dinheiro

Paulo Gordilho, engenheiro da OAS, lavagem de dinheiro

A denúncia

A acusação trata do pagamento de propina de pelo menos R$ 128 milhões pela Odebrecht e de outros R$ 27 milhões por parte da OAS. Conforme a denúncia, Lula foi beneficiado com parte desse dinheiro, por meio de obras realizadas no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, cuja escritura está no nome de Fernando Bittar, mas que o MPF defende que pertence, na verdade, ao ex-presidente.

As obras, conforme a denúncia, serviram para adequar o imóvel às necessidades de Lula. Segundo o MPF, a Odebrecht e a OAS custearam R$ 850 mil em reformas na propriedade.

O MPF diz que Lula ajudou as empreiteiras ao manter nos cargos os ex-executivos da Petrobras Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada, Nestor Cerveró e Pedro Barusco, que comandaram boa parte dos esquemas fraudulentos entre empreiteiras e a estatal, descobertos pela Lava Jato.

Todos já foram condenados em ações penais anteriores.Conforme a denúncia, as duas empreiteiras foram beneficiadas em pelo menos sete contratos. Também faz parte da denúncia o contrato de aluguel do navio-sonda Vitória 10.000, realizado pela empreiteira Schahin, junto à Petrobras.

Nesse contrato, o processo apura um suposto pagamento de R$ 150 mil a Lula, com a ajuda do pecuarista José Carlos Bumlai, que teria intermediado os repasses ao ex-presidente.

Fonte - G 1