Publicado em 23/09/2025 às 11:30, Atualizado em 23/09/2025 às 12:29

Lula critica Trump por falta de diálogo e afirma que decisão foi “erro”

Em entrevista a canal dos EUA, presidente também falou sobre reeleição, Justiça brasileira e Assembleia da ONU

Redação,
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Foto - Marcelo Camargo - Abr

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (22), que o líder norte-americano Donald Trump cometeu um “erro” ao optar por não dialogar com o Brasil. A declaração foi dada em entrevista ao canal PBS News, durante sua agenda em Nova York para a Assembleia Geral da ONU.

Segundo Lula, a ausência de conversas diretas em nove meses de mandato do republicano reflete uma escolha política.

“Nunca conversamos antes por uma escolha dele. Na minha opinião, isso foi um erro. Ele fez uma escolha de construir uma relação com Bolsonaro, e não uma relação com o povo brasileiro”, disse.

O presidente norte-americano tem alinhamento ideológico com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e já classificou os processos judiciais contra o ex-mandatário brasileiro como perseguição política — argumento usado para justificar sanções recentes contra o Brasil.

Na entrevista, Lula defendeu que não há perseguição a Bolsonaro e afirmou que o Brasil garante a presunção de inocência como poucos países no mundo. Ele também comparou a invasão do Capitólio em 2021 com os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

“Se ele [Trump] tivesse feito no Brasil o que aconteceu no Capitólio, também seria julgado, porque a lei brasileira é para todos”, declarou.

Reeleição em 2026

Lula afirmou ainda que, caso esteja em boas condições de saúde, pretende concorrer novamente ao Planalto.

“Se eu estiver bem fisicamente e com a mesma mentalidade que tenho hoje, vou concorrer à Presidência porque não permitirei, e nem o povo brasileiro permitirá, que a extrema direita fascista retorne e governe o Brasil novamente”, disse.

Discurso na ONU

Mais cedo, Lula abriu a Assembleia Geral da ONU com críticas ao uso do poder de veto no Conselho de Segurança e defendeu solução para o conflito no Oriente Médio.

“O conflito entre Israel e Palestina é símbolo maior dos obstáculos enfrentados pelo multilateralismo. Ele mostra como a tirania do veto sabota a própria razão de ser da ONU”, destacou.

Com informações da Agência Brasil