Com a confirmação do fim da fusão entre o PSDB e Podemos após uma semana do anúncio da incorporação entre os partidos sendo anunciada na convenção dos tucanos, os deputados estaduais de Mato Grosso do Sul estão em compasso de espera. Com movimentações discretas nos bastidores e discursos públicos cuidadosos, o clima é de cautela e expectativa, afinal, cada passo pode significar a sobrevivência (ou não) nas eleições de 2026.
A fusão entre as duas siglas, que parecia certa meses atrás, agora encerrada após rumores de que a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, teria recuado, devido a uma falta de acordo sobre quem comandaria o novo partido. Com o fim da novela entre PSDB e Podemos, os tucanos devem estudar uma federação com o Republicanos e MDB. A única certeza? Que o partido pode está prestes sumir do mapa.
No meio desse turbilhão, o futuro de muitos parlamentares, especialmente os do PSDB, pode entrar em rota de colisão com seus próprios planos políticos. Cada parlamentar tenta entender para onde sopram os ventos e se preparam, discretamente, para uma possível troca de legenda. As cogitações estão entre os partidos Progressistas (PP) e o Partido Liberal (PL), caminhos cogitados pelos líderes Reinaldo Azambuja (PSDB) e Eduardo Riedel (PSDB).
Quem deixou isso claro foi o deputado Pedro Caravina (PSDB), cauteloso, ele afirmou que pretende permanecer no partido, desde que o novo grupo esteja alinhado com a reeleição do governador Eduardo Riedel (PSDB). Por ser um dos mais próximos ao Governador, Caravina foi questionado sobre as movimentações de Riedel para se filiar ao PP. “O governador disse que não tem nada certo ainda. Existe a conversa, existe proposta, mas não está definido”, explicou. Para Caravina, a continuidade na legenda dependerá do compromisso do grupo com a base de apoio de Riedel.
Já a deputada Lia Nogueira (PSDB) demonstrou certa fidelidade ao PSDB, mas deixou aberta a porta para mudanças. “Na verdade, eu me identifico muito com o PSDB e a minha pretensão é ficar. Mas tudo vai depender da construção que os nossos líderes vão fazer”, disse. Ela confirmou que recebeu convites de outras siglas, mas prefere aguardar os encaminhamentos de Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja. Ainda assim, ela revelou que, caso precise escolher um novo caminho, seguiria com Riedel, caso ele vá para o PP. “É um partido que não é de extremos. Gosto da política mais neutra, nem muito para a direita, nem muito para a esquerda. Radicalismo não é benéfico a ninguém”, concluiu.
A deputada Mara Caseiro (PSDB) também adotou uma postura de prudência. Caso precise mudar de partido, garantiu que isso será feito com responsabilidade e coerência. “Tanto o PP quanto o PL têm lideranças que respeito, e qualquer decisão futura será tomada em conjunto com meu grupo político e, principalmente, pensando no melhor para a população que represento.”
Enquanto isso, outros deputados preferem manter silêncio, como Zé Teixeira (PSDB). Embora não tenha se manifestado oficialmente, nos bastidores crescem as especulações de que ele possa migrar para o PL visando sua reeleição. Na mesma linha está Jamilson Name (PSDB), que adota uma postura discreta e evita antecipar decisões. Segundo aliados próximos, ele prefere aguardar os movimentos das lideranças antes de qualquer definição sobre seu futuro político.
O único representante do Podemos na Assembleia, o professor Rinaldo Modesto, também prega a calma. “Como temos uma janela em março, eu vou aguardar esse período para a gente analisar todo esse contexto aí, né, como que vai ficar o União, o PP… então acho que não tem necessidade nesse momento de fazer nenhuma mudança, vamos aguardar”, disse. Ele ainda avalia a possibilidade de migrar para o União Brasil.
No fim das contas, o que se vê nos bastidores da política do estado é uma dança silenciosa de cadeiras.
Ninguém quer se precipitar, mas todos sabem que o tempo urge, e a eleição de 2026 já começou, mesmo que ainda não esteja oficialmente no calendário. Até lá, cada passo será dado com cautela, de olho no próximo movimento dos líderes e nas janelas partidárias que se abrem (ou se fecham) ao longo do caminho.
Brunna Paula
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