Buscar

03/05/2024 às 14:42, Atualizado em 03/05/2024 às 18:44

Governo decide adiar “Enem dos Concursos”

Decisão dividiu o governo, que decidiu fazer prova em nova data após catástrofe no Rio Grande do Sul

Cb image default
Ministra da Gestão, Esther Dweck, conversa com Paulo Pimenta, chefe da Secom, durante coletiva (Foto: CanalGov)

O Governo Federal confirmou, às 14h29 desta sexta-feira (3), que adiará o CNU (Concurso Nacional Unificado), que ficou conhecido como “Enem dos Concursos”. Não há nova data para a realização das provas ainda.

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, abriu o pronunciamento sobre o concurso com mais de 2 milhões de inscritos falando no passado (tempo verbal). "A gente sabe que os candidatos estão preparados, estudando, se deslocando para os locais de provas. Então, a agente estava muito focado em garantir a realização da prova no domingo [dia 5 de maio], mas o cenário da região Sul está se agravando a cada hora, sem precedentes" (...) "e a conclusão que a gente teve hoje é que seria impossível realizar as provas no Rio Grande do Sul".

A gente construiu um acordo para preservar a integridade do concurso e a sua concepção democrática dele e a gente chegou a conclusão que a solução mais segura para todos os candidatados é o adiamento da prova", afirmou Esther Dweck.

A ministra explicou que o adiamento reforça o compromisso do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a democracia. "Não deixar ninguém de fora", referindo-se à calamidade das chuvas no Rio Grande do Sul.

Ela falou ainda na segurança jurídica. "Essa é uma decisão que preserva a todos os candidatos". A nova data deve ser divulgada nas próximas semanas.

Decisão - Nesta manhã, em entrevista ao programa “Bom dia Ministro”, do CanalGov, Paulo Pimenta, chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), havia comentado das dificuldades do adiamento e que a aplicação das provas em outra data custaria pelo menos R$ 50 milhões aos cofres públicos.

A possibilidade, segundo apurou a jornalista Vera Magalhães, do jornal O Globo, dividiu o governo, entre os que defendiam nova data, por questão de humanidade, diante da tragédia que devastou o Rio Grande do Sul – onde enchentes mataram 37 pessoas, deixaram pelo menos 74 desaparecidas e milhares de desabrigadas, além de haver sérios problemas para locomoção – e os que apontavam os transtornos que a postergação provocariam.

Houve ainda a possibilidade de adiar as provas apenas nos locais atingidos, mas a insegurança jurídica pairou, ainda segundo apurado pelo jornal O Globo, porque, diferentemente do Enem, não existe um banco de provas disponível para o CNU, que será realizado pela primeira vez. Com isso, o risco de se realizar exame com grau de dificuldade diferente da original para os inscritos no Rio Grande do Sul era alta, o que aumentaria o já elevado risco de judicialização.

Mas, ainda conforme apurado por Vera Magalhães, o alerta do risco de tempestade para Santa Catarina acabou por pesar na decisão de marcar uma única nova data para todo o país todo realizar o concurso e evitar outros imprevistos.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.