Publicado em 08/11/2025 às 17:00, Atualizado em 08/11/2025 às 17:36
Senador critica julgamento que manteve pena de 27 anos ao ex-presidente e diz que resultado já era esperado
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reagiu com fortes críticas à decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que rejeitou por unanimidade o recurso da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, mantendo a condenação de 27 anos e 3 meses de prisão.
Em entrevista à CNN Brasil nesta sexta-feira (7), Flávio classificou o julgamento como uma “encenação” cujo desfecho, segundo ele, já estava definido. O parlamentar afirmou que o pai é vítima de perseguição e pediu que haja “bom senso” quanto à execução da pena.
“O Brasil não tem presídio destinado a ex-presidentes. Diante de uma condenação absurda e injusta, o mínimo seria permitir que ele permanecesse em casa”, afirmou o senador ao jornal.
Flávio acusou ainda o ministro Alexandre de Moraes de agir movido por uma “vingança pessoal”, afirmando que o comportamento da Corte seria diferente se o ex-presidente Michel Temer (MDB) tivesse sido o responsável por indicar o magistrado ao Supremo. “Bolsonaro precisa de cuidados médicos constantes, e todos sabem disso. Se insistem em mantê-lo preso, é porque querem vê-lo morrer”, declarou.
O senador afirmou que a decisão representa uma tentativa de silenciar a direita no país. “Querem calar Bolsonaro, mas não vão conseguir. Condená-lo num processo irregular, em que as provas mostram sua inocência, é enterrar de vez a democracia”, disse.
A sessão da Primeira Turma foi realizada em plenário virtual, com os ministros analisando os recursos apresentados por Bolsonaro e outros seis réus apontados como integrantes do núcleo central do suposto plano de golpe: Walter Braga Netto, Anderson Torres, Almir Garnier, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Alexandre Ramagem.
O tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada, optou por não recorrer.