Buscar

07/09/2021 às 08:01, Atualizado em 06/09/2021 às 16:56

Eduardo Bolsonaro quer apresentar projeto para controlar jornalistas com câmeras escondidas

Ele quer uma versão brasileira do Project Veritas, um grupo conservador dos Estados Unidos, que inclusive teve de pagar multa após tentativa de fake news

Cb image default
Foto - reprodução

A Folha de S.Paulo divulgou que durante a conferência conservadora Cpac, em Brasília, o deputado federal e filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu a importação de um projeto para controle de jornalistas, por meio do uso de câmeras escondidas. Eduardo Bolsonaro diz que a criação de uma versão brasileira do Project Veritas poderia funcionar para expor a “parcialidade” de jornalistas.

“Não seria nada mal ter aqui [no Brasil]. Imagina o que não rola nos corredores da Globo lixo”, disse o deputado. "É só dar uma câmera escondida para uma tia do zap”.

O contato do deputado com o projeto se deu durante a conferência, que teve dois integrantes do projeto nos EUA entre os palestrantes.

O que é o projeto?

O Project Veritas, organização conservadora fundada por James O’Keefe em 2010, é acusada de se envolver em vários escândalos nos Estados Unidos.

O El Pais afirma que organização prometia investigações explosivas contra os grandes veículos de imprensa norte-americanos. Mas, com o passar dos anos James O’Keefe que é contra a ideologia progressista foi flagrado se passando por cafetão em um encontro com a organização social Acorn, em 2009. Em 2016, tentou simular ser um húngaro se colocando à disposição para colaborar com a fundação do magnata George Soros, na órbita do Partido Democrata, mas não desligou o telefone direito e acabou revelando, sem saber, o próprio golpe.

Em 2017 foi investigado por tentativa de levar o jornal The Washington Post a publicar uma informação mentirosa ao noticiar o relato de uma suposta vítima de um falso affaire sexual de Roy Moore, o candidato republicano ao Senado pelo Alabama, atacado por uma onda de acusações de assédio sexual.

Uma mulher contatou o jornal alegando que manteve uma relação sexual com Moore em 1992, engravidou e abortou aos 15 anos. O jornal descobriu, no entanto, que a mulher havia mentido sobre sua identidade e a viu entrando na sede do Project Veritas, em Nova York. Paralelamente, o Post divulgou um vídeo, feito com câmera escondida, do encontro entre essa mulher e uma repórter do jornal, que a pressionava a respeito das inconsistências de seu relato e perguntava o que a tinha levado a contar aquela história.

O’Keefe evitou confirmar se a mulher trabalhava para sua organização.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.