O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou a decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros para defender a anistia ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e atacar o Supremo Tribunal Federal (STF). A sobretaxa foi anunciada nesta quarta-feira (9) por Trump e entra em vigor a partir de 1º de agosto.
Eduardo, que está nos EUA, publicou uma nota intitulada “Uma hora a conta chega”, na qual chama a medida de “tarifa-Moraes”, em referência ao ministro do STF Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que investigam Jair Bolsonaro por tentativa de golpe. Segundo ele, a decisão de Trump seria uma reação à suposta “derrocada democrática” no Brasil.
Na nota, assinada também pelo comentarista Paulo Figueiredo, Eduardo afirma que tentou convencer Trump a direcionar sanções exclusivamente a Moraes, mas que a tarifa acabou atingindo todo o País. Ele cobra do Congresso Nacional uma saída política:
“Cabe ao Congresso liderar esse processo, começando com uma anistia ampla, geral e irrestrita, seguida de uma nova legislação que garanta a liberdade de expressão — especialmente online — e a responsabilização dos agentes públicos que abusaram do poder”, escreveu.
O deputado também pede que as autoridades “evitem escalar o conflito” e que adotem uma “saída institucional” para, segundo ele, restaurar as liberdades civis. Ignorando que a decisão foi unilateral de Trump, Eduardo sugere que o STF é o responsável pelos prejuízos econômicos que podem recair sobre os produtores brasileiros.
Apesar da tentativa de politizar a medida, o governo brasileiro já anunciou que responderá à sobretaxa com base na Lei da Reciprocidade Econômica, enquanto setores diplomáticos e comerciais buscam uma negociação nos próximos dias.
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