Publicado em 01/05/2017 às 15:01, Atualizado em 01/05/2017 às 12:41

Dilma critica entrevista de Temer a Ratinho por machismo e 'opiniões tacanhas'

A entrevista foi apresentada na sexta-feira.

Redação,
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Foto: Daniel Marenco (Folhapress)

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) criticou em seu site pessoal a entrevista dada por seu antigo vice e sucessor após o impeachment, Michel Temer (PMDB), concedida ao apresentador Ratinho, no SBT. O material foi gravado durante a semana e veiculado na noite de sexta-feira (28).

Ela chamou o conteúdo de "primor de misoginia e patriarcalismo" e de "opiniões machistas ultrapassadas". "É estarrecedor que no século 21 um presidente, mesmo ilegítimo, tenha opiniões tão tacanhas, rebaixadas e subalternas sobre o papel da mulher na sociedade brasileira", escreveu.

Na entrevista, ele respondeu a uma analogia de Ratinho que usava o orçamento familiar para explicar a crise fiscal governamental: "Se o marido ganha R$ 5.000, uma dona de casa não pode gastar mais que cinco [mil], senão ela vai quebrar o marido. Por que o governo gasta mais do que arrecada sempre?". Temer respondeu: "Acho que os governos agora precisam passar a ter marido, viu, porque daí não vão quebrar."

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Foto: Reprodução SBT

Segundo ela, "a cegueira política e o imenso conservadorismo o impedem [Temer] de ver a importância das lutas e a realidade das conquistas que as mulheres brasileiras obtiveram ao longo das últimas décadas".

Ela finalizou o conteúdo chamando por eleições diretas já.

Na gravação, Temer também falou das reformas trabalhista e previdenciária e fugiu de comentar o fim do imposto sindical. "Não entrei nessa história, quando remetemos o projeto de reforma, não tocamos no assunto. Isso foi acordado entre patrões e empregados. Não cogitamos imposto sindical, mas lá no Congresso pediram a eliminação, que será debatida."

Para o presidente, "o povo quer política de resultados". "Se o teto dos gastos der certo com a reforma da Previdência, e o emprego voltar, isso é resultado", avaliou. Para ele, "o emprego volta quando completarmos as reformas da Previdência e trabalhista".

"Quero ser conhecido como o presidente que melhorou as condições econômicas, que fez as grandes reformas, que permitiu que os próximos governos não encontrem o país como encontramos."

Também negou ser candidato à reeleição. "Não sou candidato em 2018. Sou candidato a completar um bom governo", disse.

Fonte - Uol