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12/04/2017 às 16:01, Atualizado em 12/04/2017 às 14:26

Delcídio teria recebido R$ 9 milhões de ‘caixa dois’ para financiar campanhas em MS

Ex-senador integra a lista de beneficiários da Odebrecht.

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Foto: Dida Sampaio/AE

Na lista de beneficiários da Odebrecht, o ex-senador Delcídio do Amaral (Sem Partido) teria usado recursos de caixa dois para irrigar três campanhas em Mato Grosso do Sul, sendo duas para o cargo de Senador, em 2006 e 2010, e outra para o governo do Estado, em 2014, quando foi derrotado por Reinaldo Azambuja (PSDB).

É o que revelam os depoimentos dos executivos Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Rogério Santos de Araújo, segundo a Revista Valor. As informações são de denúncia encaminhada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, relator da Lava ­Jato, à Procuradoria da República, no Paraná.

Em 2006, o repasse para Delcídio teria sido de R$ 4 milhões. Na campanha seguinte, o valor não foi detalhado. Rogério Araújo disse apenas, durante a delação premiada, que o pedido de benefícios para o político foram intermediados pelo então diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró.

Já Benedicto Barbosa informou que Delcídio recebeu outros R$ 5 milhões quando disputou o Governo do Estado, em 2014. Mas os valores de caixa dois podem ser maiores considerando que, em março do ano passado, o ex-senador revelou desvios de R$ 45 milhões para campanhas do PT e PMDB em esquema de corrupção na usina de Belo Monte.

Além disso, ele foi identificado na lista de beneficiários do grupo empresarial como 'Ferrari'. Após reclamar de 'falta de atenção', ele teria recebido R$ 500 mil por ter votado favorável pela aprovação de lei que beneficiou a Odebrecht nas questões ligadas ao ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

A lista da Odebrecht

Revelada na tarde desta terça-feira (12), a lista da Odebrecht ainda traz mais dois políticos sul-mato-grossenses: os deputados federais Zeca do PT e Vander Loubet. No total, são 108 alvos e 83 inquéritos. Sozinhos, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Romero Jucá (PMDB-RR) vão responder cinco inquéritos cada um.

Em MS, Zeca conta que recebeu a notícia com surpresa e nega qualquer irregularidade. Em nota, ele diz que nunca recebeu doação da empreiteira citada e que nunca teve relação alguma, pessoal ou política, com o grupo Odebrecht. O ex-governador ainda afirma que está com a consciência tranquila e que vai aguardar citação do STF.

Vander, que é sobrinho de Zeca, também se manifestou por meio de nota dizendo que vai aguardar manifestação oficial do STF para se pronunciar acerca da informação de abertura de inquérito. Ele também já é réu em outras investigações no âmbito da Lava Jato.

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