Publicado em 11/07/2025 às 16:18, Atualizado em 11/07/2025 às 16:21

China sai em defesa do Brasil e critica tarifa de 50% imposta por Trump: “intimidação”

Porta-voz do governo chinês condena medidas unilaterais dos EUA e afirma que tarifas não devem ser usadas como coerção internacional

Redação,
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Divulgação

A China manifestou apoio ao Brasil nesta sexta-feira (11), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a aplicação de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano. A medida, anunciada na quarta-feira (9), foi classificada por Pequim como uma forma de “intimidação”.

“A igualdade soberana e a não interferência nos assuntos internos de outros países são princípios importantes da Carta da ONU e normas básicas nas relações internacionais”, afirmou Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

A diplomata chinesa reforçou que “tarifas não devem ser usadas como ferramenta de coerção, intimidação ou interferência nos assuntos internos de outros países”, e reiterou que o país asiático se opõe ao abuso de medidas tarifárias com pretextos de segurança nacional.

Na quinta-feira (10), o governo chinês já havia se posicionado contra o aumento de tarifas, destacando que “guerras comerciais não têm vencedores” e que tais medidas prejudicam todos os envolvidos.

Brasil lidera lista de países atingidos

A nova tarifa de 50% imposta pelo governo Trump entra em vigor no dia 1º de agosto e coloca o Brasil no topo da lista de países mais afetados pelas novas sanções comerciais dos EUA. Outras 21 nações também foram alvo de tarifas, com alíquotas variando entre 20% e 50%. As Filipinas, por exemplo, receberam a menor taxa.

Além das tarifas generalizadas, produtos como aço, alumínio e, mais recentemente, cobre, já haviam sido atingidos por tarifas setoriais norte-americanas — o que intensifica os efeitos para a economia brasileira. Em abril, o país já havia sido impactado por um aumento tarifário de 10%.

Tensão com o Brics e apoio a Bolsonaro

Trump tem intensificado seu discurso contra países do grupo Brics, do qual o Brasil faz parte, e recentemente chegou a ameaçar elevar tarifas a até 100% contra nações que não se alinharem aos interesses comerciais dos EUA.

O líder norte-americano também declarou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que o Brasil “não está sendo bom” para os Estados Unidos, justificando as medidas com base em supostos prejuízos comerciais.

Lista de tarifas anunciadas por Trump

Confira os percentuais aplicados aos 22 países atingidos pelas novas tarifas comerciais:

Brasil: 50%

Laos: 40%

Myanmar: 40%

Camboja: 36%

Tailândia: 36%

Bangladesh: 35%

Sérvia: 35%

Indonésia: 32%

África do Sul: 30%

Argélia: 30%

Bósnia e Herzegovina: 30%

Iraque: 30%

Líbia: 30%

Sri Lanka: 30%

Brunei: 25%

Cazaquistão: 25%

Coreia do Sul: 25%

Japão: 25%

Malásia: 25%

Moldávia: 25%

Tunísia: 25%

Filipinas: 20%

A resposta do Brasil às tarifas norte-americanas deve incluir medidas diplomáticas e comerciais, conforme já sinalizado pelo governo federal.