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30/04/2019 às 12:00, Atualizado em 30/04/2019 às 14:59

‘Bolsonaro não quer e não intervirá nos juros dos bancos’, diz porta-voz da presidência

As declarações de Bolsonaro foram mal recebidas pelos investidores e os papéis passaram a cair 1,5%.

O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, afirmou nesta segunda-feira que o presidente JairBolsonaro "não quer e não intervirá" na política de juros dos bancos ligados ao governo. Pela manhã, em evento com o setor do agronegócio, em Ribeirão Preto, Bolsonaro pediu ao presidente do Banco do Brasil (BB), Rubem Novaes, que a instituição financeira reduza os juros dos empréstimos cobrados do setor agropecuário.

As declarações de Bolsonaro foram mal recebidas pelos investidores e os papéis passaram a cair 1,5%. Ao final do dia, no entanto, as ações se recuperaram e fecharam em leve alta de 0,04%. O presidente do BB, Rubem Novaes, minimizou a fala de Bolsonaro , dizendo que o presidente pediu a queda de juros em tom de brincadeira.

- Obviamente que o presidente não quer e não intervirá em aspectos que estejam relacionados a juros dos bancos que estão em tese sob o guarda-chuva do governo - disse Rêgo Barros.

Em 2012, a então presidente Dilma Rousseff foi criticada por economistas ao forçar diminuição de juros intervindo na estratégia dos bancos públicos, entre eles o BB. Ao ser questionado sobre críticas à fala do presidente, o porta-voz justificou que o pedido foi feito em um "ambiente agradável" e defendeu que ele não deveria ter sido criticado por isso.

- Sinceramente, se foi criticado, é uma falta de oportunidade de evitar a crítica. Eu estava lá, me encontrava quando o presidente fez esse comentário com o presidente do Banco do Brasil. Foi um comentário num ambiente muito amigável.

Durante a feira do setor agropecuário, Bolsonaro apelou para o "patriotismo" e a religiosidade do presidente do BB para baixar as taxas de juros.

- Eu faço um apelo para o seu coração e seu patriotismo para que esse juros, tendo em vista que você é cristão, para que esse juros caiam um pouco mais - disse Bolsonaro.

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