Publicado em 11/09/2020 às 09:29, Atualizado em 11/09/2020 às 00:16

Bolsonaro descarta prorrogação de auxílio emergencial para 2021: "Brasil não tem como se endividar mais"

Com o auxílio, endividamento cresce e pode estimular inflação, diz presidente

Redação,
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Foto: Eraldo Peres

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) descartou, nesta quinta (10), uma prorrogação do auxílio emergencial para além de 31 de dezembro. Durante sua live semanal nas redes sociais, Bolsonaro disse que o Brasil "não tem como se endividar mais".

O primeiro formato do auxílio, criado em abril para complementar a renda dos trabalhadores afetados pela pandemia do coronavírus, tinha o valor de R$ 600, que seriam pagos por três meses – posteriormente, o valor foi prorrogado por mais dois meses. No último dia 1º, o governo criou um novo auxílio que valerá até o final do ano – o pagamento, no entanto, será de R$ 300 mensais.

Pressionado para manter o valor de R$ 600, Bolsonaro descartou qualquer alteração no formato atual ou uma nova prorrogação do auxílio para 2021.

"A gente lamenta. O auxílio emergencial era para três meses, prorrogamos por mais dois. Acabou, agora criamos outro, de R$ 300. Não é que eu quero pagar menos, é que o Brasil não tem como se endividar mais", disse o presidente. "Não vai ter uma nova prorrogação, porque o endividamento cresce muito, os juros podem crescer e a inflação pode voltar."

Em seguida, Bolsonaro voltou a alfinetar os defensores do isolamento social no combate à pandemia. "Não quero culpar ninguém, mas vão pedir auxílio para quem tirou seu emprego, para quem falou fica em casa e a economia a gente vê depois'. Chegou o boleto para pagar", declarou.

Antes, Bolsonaro havia dito que o governo "fez um grande sacrifício" ao destinar quase R$ 250 bilhões com o auxílio. "Sei que não é muito para quem recebe, mas é muito para quem paga. E não é, como alguns dizem, 'tem dinheiro, é só pagar'. É endividamento. Temos que ter responsabilidade."

O presidente também comentou a subida de preços do arroz e afirmou que a população passou a consumir mais alimentos com os pagamentos do auxílio emergencial.

Ele também voltou a descartar qualquer ato de tabelamento de preços para segurar o valor do arroz no supermercado. "Não pode mexer no mercado. O que tem que valer é a lei de oferta e procura", disse. Segundo ele, um eventual tabelamento de preços faria com que o produto desaparecesse das prateleiras e surgisse no mercado negro, por um valor mais alto.

Na live desta quinta, Bolsonaro foi acompanhado da youtuber mirim Esther Castilho, de 10 anos, que ele já havia levado para uma reunião com ministros na última terça. Durante a transmissão, ele interagiu e brincou com a youtuber, que se apresentou como "jovem repórter e apresentadora".

Ele lembrou de um vídeo em que foi entrevistado pela youtuber há quatro anos. "Eu estava em pré-campanha, mas ninguém sabia ainda, vou confessar aqui. Esse vídeo dela estourou", afirmou Bolsonaro.