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07/07/2017 às 16:34, Atualizado em 07/07/2017 às 14:51

Travesti é condenada a 24 anos de prisão por matar policial civil a tiros

Dos cinco acusados, um foi absolvido.

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Travesti Aléxia foi condenada por matar policial (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)

Depois de 12 horas e 30 minutos de julgamento, quatro dos cinco acusados pela morte do investigador Dirceu Rodrigues dos Santos foram condenados pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. Ele apurava o roubo de uma joia quando foi morto.

Alexsandro Gonçalves Rocha, conhecida como travesti Aléxia, confessou ter atirado duas vezes contra a cabeça do policial e foi condenada a 24 anos de reclusão e 3 meses de detenção pelos crimes de homicídio doloso qualificado contra Dirceu, lesão corporal leve contra o outro policial ferido, corrupção de menores e furto qualificado das armas dos investigadores.

Enquanto proferia a sentença do condenado, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida afirmou que a "malvadeza do delito foi elevadíssima" e que Aléxia disparou friamente contra a cabeça da vítima Dirceu a curta distância, conforme laudos periciais por motivo torpe.

O irmão de Aléxia, Alexandre Gonçalves Rocha foi condenado pelo Conselho de Sentença a 9 anos de reclusão, 3 meses de detenção e 10 dias/multa pelos crimes de lesão corporal dolosa seguida de morte, por ter disparo o primeiro tiro que feriu Dirceu, lesão corporal leve contra o segundo policial, corrupção de menores e furto qualificado da arma das vítimas.

Outros dois acusados, os irmãos Cleber Ferreira Alves e Renato Ferreira Alves foram condenados pelos crimes de receptação das armas dos investigadores e posse ilegal de arma de fogo de uso permitido. Cleber recebeu pena de 2 anos de reclusão, 1 ano de detenção e 20 dias/multa e Renato foi condenado por posse irregular e receptação totalizando pena de 1 ano de reclusão, 1 ano de detenção e 10 dias/multa.

O quinto acusado, Giovani de Oliveira Andrade, foi absolvido. Alexsandro e Alexandre estão presos desde a época do crime.

Crime

O policial foi atingido por três tiros. Dirceu e outro investigador apuravam o roubo de uma joia e foram até uma residência no Jardim Campo Nobre, onde a corrente estaria.

No local, os dois policiais foram atacados, mas somente Dirceu baleado na Rua dos Topógrafos. Os investigadores não trajavam uniformes que os identificassem como policiais, e abordaram um dos acusados, que teria confirmado possuir referido objeto e que este estava na residência de sua avó.

Ele foi atingido por um tiro quando estava do lado de fora da residência, correu, foi encontrado pelos acusados, ferido por dois tiros na cabeça e morreu no local.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol) esteve no julgamento e falou sobre o trabalho dos investigadores no caso. "Procedimento policial depende de cada atuação, porque quem realmente tem conhecimento é a equipe de investigação. Ao nosso ver agiram de forma correta, a função do policial civil é a investigação".

Garantia

Em depoimento durante o julgamento, ela contou que estava com a corrente alvo da investigação porque havia recebido como garantia de pagamento de um cliente depois de um programa.

Dias depois, o cliente teria voltado para buscar a corrente, mas não levou o dinheiro, por isso, Aléxia não devolveu a joia. Na semana seguinte, dois policiais se passaram por clientes para contratar Aléxia e uma amiga garota de programa e tentar recuperar o objeto.

A travesti disse que pensou que os policiais fossem homens com relação com jogo do bicho e que investigadores foram na casa dela buscar a joia no dia da morte.

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