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09/08/2017 às 15:01, Atualizado em 09/08/2017 às 18:36

TJ absolve empresário acusado pelo Gaeco de tentar extorquir R$ 5 milhões

A 1ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) absolveu nesta terça-feira (08) o empresário Thiago Verrone de Souza, acusado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de tentar extorquir R$ 5 milhões de diretores da empresa CG Solurb, fato supostamente ocorrido em julho de 2015.

O empresário já havia sido inocentado pelo juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, em janeiro de 2016, mas a Promotoria recorreu da sentença. No Tribunal, a relatora do processo foi a desembargadora Maria Isabel de Matos Rocha e o revisor, o desembargador Geraldo de Almeida Santiago.

Por unanimidade, os desembargadores negaram provimento ao recurso do MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul). Segundo denúncia da promotoria, o empresário teria procurados os representantes da empresa para negociar um acordo. Ele desistiria das ações judiciais que move apontando irregularidades no descarte de lixo no aterro sanitário da cidade em troca dos R$ 5 milhões.

O empresário credita todo o desgaste processual que precisou enfrentar ao longo de mais de três anos a retaliação por ter denunciado as supostas irregularidades na contratação da empresa. “Não há que se falar que eu voltei atrás de alguma coisa ou peguei leve. Mesmo denunciado pelo Gaeco, com meu nome figurando como alguém que cometeu extorsão, a minha imagem empresarial prejudicada, encampei novas denúncias”, afirmou.

A equipe jurídica de Verrone avalia se entrará com medidas tanto em âmbito criminal, por denunciação caluniosa, como cível, por danos morais.

Licitação e extorsão

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, Verrone teria pedido R$ 5 milhões e depois baixado a oferta para R$ 3,5 milhões, a serem divididos em até 24 parcelas. Apesar do detalhamento sobre dinheiro, os depoimentos

não comprovaram veracidade e nem ligação entre outros detalhes alegados pelos diretores sobre a suposta extorsão.

O empresário, segundo o órgão estadual, teria se aproximado de um dos donos da CG Solurb através de um ex-secretário municipal de Infraestrutura, fato também não comprovado.

Consta na sentença em primeira instância que “as declarações de Élcio, a este respeito, além de contraditórias são confusas, porquanto, no GAECO, nada fala 'sobre ter tomado ciência do valor de R$ 5 milhões' em conversa que manteve com Semy Ferraz (aliás, vale reafirmar, no GAECO nem sequer citou o nome deste antigo secretário de obras de Campo Grande), deixando claro que só soube do valor no segundo encontro que teve com Verrone no dia 18 de junho, sendo que mudou a versão do depoimento anterior”.

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